Uma boa oportunidade para quem deseja conhecer a rica cultura das comunidades quilombolas é, neste fim de semana, seguir rumo ao Recôncavo Baiano. Sábado (27) e domingo (28), o Quilombo Kaonge, em Cachoeira, cidade histórica localizada a 110 quilômetros de Salvador, promove a VI Festa da Ostra, com uma programação variada, que une gastronomia, manifestações culturais, turismo, artesanato e música.

O evento, que tem como focos sustentabilidade e economia solidária, é realizado pelos cultivadores de ostras dos quilombos do Vale e Bacia do Iguape e pelo núcleo de Turismo Étnico Rota da Liberdade. Além de apresentar a culinária quilombola e a produção de mariscos do Kaonge, a festa visa comercializar e fortalecer a cadeia produtiva das comunidades e divulgar as atividades de apicultura, artesanato, produção de azeite de dendê, dentre outras ações realizadas pelo Centro de Educação e Cultura do Vale do Iguape (Cecvi).

Programação

Uma alvorada com fogos de artifício, às 5h de sábado, abre a programação festiva. O dia segue com rodas de prosa, abordando temas como produção associada ao turismo étnico afro de base comunitária e história dos quilombos no recôncavo baiano, culinária quilombola e direito ambiental.

Para aguçar o paladar e animar moradores e turistas, às 12h30 será servido o ajeum – termo iorubá destinado às refeições ou banquete. O caruru, também oferecido a Cosme e Damião, é acompanhado do marisco em diversas formas. A refeição é animada pelo Nego Fugido – grupo cultural santamarense que mistura elementos da dança, música, candomblé e teatro.

À tarde, a festa segue ao som do samba de roda, atividades culturais, apresentações da arte popular e mais iguarias da culinária tradicional. Forró pé de serra, reggae e música eletrônica completam a programação. No domingo, mais música com grupos de samba de roda, além de oficinas gratuitas e degustação de ostras. Os visitantes podem ainda conhecer outras comunidades quilombolas que preservam hábitos e modos de vida dos antepassados contratando um guia local.

Rota da Liberdade

O roteiro que envolve visitas a seis comunidades quilombolas (Kaonge, São Francisco do Paraguaçu, Dendê, Engenho da Ponte, Engenho da Praia e Camboa) é desenvolvido por um grupo de turismo étnico de base comunitária e visa estabelecer um contato direto com os aspectos culturais e históricos que cercam os quilombos.

Busca também estimular a autonomia socioeconômica da região com base na produção associada ao turismo, através da economia solidária. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Turismo do Estado (Setur).

“Durante o passeio, o turista tem a oportunidade de conhecer o dia-a-dia dos quilombos. Além de poder acompanhar alguns processos como a produção de farinha, azeite de dendê e de xaropes naturais”, destaca a coordenadora do núcleo de comunicação da Rota da Liberdade, Andreza Viana.

Andreza destaca ainda a importância do projeto para o desenvolvimento do turismo étnico da Bahia. No local, os visitantes podem adquirir produtos feitos pelos próprios moradores, como colares, farinha, azeite de dendê, mel, doces, dentre outros.