A apresentação do grupo Raízes de Santo Amaro, liderado por Maria Eunice Martins Luz, 65, a Nicinha do Samba, deu o tom de nobreza ao I Festival de Inverno de Santo Amaro, no Recôncavo baiano, que terminou na noite deste domingo (14), em Oliveira dos Campinhos, distante 22 quilômetros da sede de Santo Amaro, sob o patrocínio da Bahiatursa.

Nicinha, acompanhada de outros sambadeiros e sambadoras, abriu a programação de sábado (13) com um animado samba de roda, tradição milenar do Recôncavo já registrada como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O festival começou na quinta-feira (11).

A figura das sambadeiras e sambadeiros enriquece o rol de celebridades da cidade de Santo Amaro, ao lado da família Veloso, Mestre Popó do Maculelê e Mestre Vavá, entre outros. Eles são hoje embaixadores da Bahia e do Brasil, mostrando o legítimo samba de roda do Recôncavo, uma tradição da cultura afro-brasileira, e já percorreram vários países da Europa e das américas do Norte e do Sul.

Oliveira dos Campinhos

Com uma população de 12 mil pessoas, o distrito tem experimentado, nesse período de festa, um fluxo muito grande de turistas que movimentam toda a cadeia produtiva. As pousadas foram insuficientes para atender a demanda, o que beneficiou muitos proprietários da cidade que alugaram quartos e até imóveis completos.

Para o diretor de Serviços Turísticos da Bahiatursa, Weslen Moreira, “esse fato é interessante, pois sinaliza que a decisão tomada pela Bahiatursa foi acertada em patrocinar esse evento, que será importante para dinamizar a economia local”.

O assessor técnico da Secretaria de Turismo de Santo Amaro, Carlos Dias da Silva, disse que os resultados do evento foram excelentes, a ponto de assegurar a ampliação do próximo festival, com a criação de tendas individualizadas para os shows eletrônicos, a exposição de artesanato, mostra gastronômica regional, maculelê, capoeira e outras manifestações populares.

Procissao

O encerramento do festival coincide com o término dos festejos da padroeira da localidade, Nossa Senhora da Oliveira. Depois da procissão, seguida da missa, acontecerão os shows. O diácono Alan abrirá a programação, vindo depois Alan Santiago (MPB), Batifun (samba) e Lucas Tibério (sertanejo).

A presença das várias tribos musicais, em conjunto com a mostra de gastronomia, exposições de artesanato e as manifestações culturais da região, é apontada por Carlos como o principal sucesso do evento. Ele explicou que os festivais de hoje só têm música, não têm nada para se comer, senão os sanduíches. “Esse é o diferencial do nosso festival: o visitante, além de ouvir boa música, poderá desfrutar de uma excelente comida”, salientou o assessor.