Uma das mais importantes unidades de ensino da Bahia e do Brasil, pela sua história, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, mais conhecido como Escola Parque, localizado no bairro da Caixa D’Água, em Salvador, teve mais cinco obras de arte restauradas por meio de parceria entre as secretarias estaduais de Cultura (Secult) e da Educação.

A cerimônia em que foram entregues os painéis, afrescos, telas e murais restaurados aconteceu na manhã desta sexta-feira (10), na Galeria de Artes da unidade, com a presença dos secretários Osvaldo Barreto, da Educação, e Albino Rubim, de Cultura. Na ocasião, também houve o lançamento do livro ‘Cadernos do Ipac 8 – Conjunto Escola Parque’ e o Plano Estadual do Livro e Leitura (PELL).

“Os painéis são riquíssimos, de uma importância imensa. Marca um período da história das artes do Brasil, que é o modernismo. A Escola Parque guarda um simbolismo muito grande na educação brasileira. Anísio Teixeira [idealizador da unidade de ensino] foi um guerreiro da causa da educação. Acreditava na educação como elemento revolucionário de educação da sociedade”, afirmou Barreto.

O evento integra as comemorações do centenário do baiano Diógenes Rebouças (1914-1994), considerado uma das sumidades da arquitetura brasileira e responsável pelo projeto arquitetônico-urbanístico da Escola Parque.

Somadas aos dois painéis entregues pelo Governo do Estado no ano passado, o Centro Educacional teve sete obras restauradas. Quatro estão localizadas na Escola Parque e as demais nas escolas-classe. As obras foram produzidas por artistas plásticos renomados como Rubén Carybé, Maria Célia Calmon, Jenner Augusto, Carlos Bastos, Djanira Motta e Carlos Magano.

Patrimônio material

O secretário Albino Rubim ressaltou que a Escola Parque é considerada patrimônio material da Bahia e, por isso, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (Ipac) produziu a publicação. “Neste caderno mostramos, com vários textos e muitas fotografias, a importância arquitetônica da unidade escolar”.

Rubim explicou ainda que o caderno e o PELL também é resultado de ações conjuntas entre a Fundação Pedro Calmon (FPC), vinculada à Secult, e a Secretaria da Educação, que é responsável pela gestão do Centro Educacional. Segundo ele, a iniciativa tem também a participação de escritores, autores, editores, entre outros representantes da literatura baiana. “É um instrumento fundamental. A exemplo do plano nacional [do Livro e Leitura], o plano estadual vai facilitar todas as políticas de livro e leitura no estado da Bahia”.

Comunidade satisfeita 

Quatro das sete obras estão localizadas na Galeria de Artes da Escola Parque, onde também são oferecidos diversos cursos para os estudantes da instituição e a comunidade. No mesmo local são expostos os diversos trabalhos produzidos por alunos dos cursos de artes plásticas, cerâmica, cartonagem, biscut e artesanato.

Aos 63 anos, dona Maria Angélica Paixão, moradora do Barbalho, em Salvador, é uma das alunas mais assíduas. “Isso aqui é tudo de bom para os alunos daqui, principalmente para a terceira idade. Fiquei com outra cabeça, minha vida mudou completamente depois que eu vim pra cá. Faz só um ano que estou aqui e sei que ainda vou aprender muito mais”.

A aposentada afirmou ter aprendido a desenhar e confeccionar roupas para a neta na unidade. “Também estou fazendo dança afro. Os cursos são excelentes. Gosto muito daqui”. Quem também não quer saber de perder tempo é dona Valdelice Brasil, 67, moradora do bairro Cidade Nova. “Sou aposentada e estou fazendo dois cursos, cerâmica e cartonagem. Já fiz muitas coisas aqui. Também aprendi a fazer porta-joias. É muito bom pra saúde estar com a mente em atividade”.