O lançamento da pedra fundamental que marca o início da construção do Complexo Eólico Capoeiras e Assuruá, e envolve os municípios de Gentio do Ouro e Xique-Xique – ambos no Vale do São Francisco – foi realizado na manhã desta quarta-feira (1º), em Xique-Xique, com a presença do governador Jaques Wagner, do secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, e de acionistas e diretores da Companhia de Energias Renováveis (CER). A primeira etapa, que pertence a Gentio do Ouro, está prevista para ser entregue em outubro de 2015.

"É uma riqueza baiana e estamos nos aproveitando dela para gerar riquezas para a nossa gente. Quanto mais energia, maior a nossa capacidade de atrair novos investimentos, como indústria e comércio. Estão chegando empregos, desenvolvimento, e por isso está melhorando a vida da nossa gente”, afirmou Jaques Wagner.

A área de oito mil hectares já foi demarcada e 120 trabalhadores, que residem em municípios da região e foram recrutados por intermédio do SineBahia, além de 71 máquinas, entre caminhões, tratores e retroescavadeiras, já estão no canteiro de obras. Até o final do ano, quando as obras atingirem o ponto alto, serão gerados cerca de 500 empregos diretos. No que se refere ao projeto de implantação das torres eólicas, 80% dele está no município de Gentio do Ouro e 20% em Xique-Xique, onde também se encontra a sede da CER. O prefeito de Gentio do Ouro, Ivonilton Vieira e o de Xique-Xique, Ricardo Magalhães também participaram do evento. “Esse critério da empresa de utilizar mão-de-obra da região é muito importante porque vai dar emprego ao povo do nosso município, que não vai precisar mais sair da cidade”, disse Vieira.

Produção de energia

O Complexo será formado por nove parques eólicos e composto por 117 aerogeradores e potência instalada de 234 megawatts. A energia produzida pelos parques será de 1,1 gigawatts-hora, por ano, suficientes para atender o consumo elétrico de uma cidade com cerca de 750 mil habitantes.

Conforme o secretário James Correia, o governador Jaques Wagner, pessoalmente, organizou a cadeia produtiva de energia eólica na Bahia. “Trouxe fabricantes. Ele mesmo foi negociar fora do Brasil, organizou toda a parte de licenciamento ambiental, que é uma área muito importante. Cada vez mais apoiava as empresas e as motivou a se instalar na Bahia, que é o estado líder em projetos de energia eólica. Somente esta região [Vale do Rio São Francisco] tem R$ mais de 1 bilhão em projetos”, relatou Correia.

Entre os incentivos concedidos pelo Governo do Estadom está o diferimento do ICMS incidente sobre as aquisições, do exterior, no estado ou em outra unidade da federação, de máquinas e equipamentos necessários à produção e destinados a integrar o ativo fixo da CER, devendo ser pago quando da desincorporação do bem.

Infraestrutura

O Estado concedeu ainda o benefício de infraestrutura para apoiar a viabilização, em prazos compatíveis com o cronograma de construção e operação do Parque Eólico, do acesso viário às áreas de implantação das unidades geradoras eólicas, aí incluídas as estradas secundárias que dão acesso às estradas federais, estaduais ou municipais para atender ao empreendimento, ou desvios identificados por profissionais do setor de transporte, ou ainda apontados mediante os estudos sócio-ambientais.

Também presente em Xique-Xique, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica), Elbia Melo, destacou a vocação baiana para a produção de energia a partir dos ventos e a articulação do governo baiano junto à iniciativa privada e aos governos municipais e federais. “O Brasil é o terceiro país que mais produz energia eólica no mundo. E na Bahia, o governador Jaques Wagner e a sua equipe têm a sensibilidade de aproveitar este potencial. A fonte eólica está realizando uma verdadeira transformação nas regiões onde se instala”.

Potencial dos ventos na região

Para se ter uma noção do potencial eólico da região, o lançamento da pedra fundamental que seria realizada no canteiro de obras, em Gentio do Ouro, precisou ser transferido para Xique-Xique, pois não foi possível erguer a estrutura de toldos em virtude dos ventos. Em seu pronunciamento, o governador Jaques Wagner ressaltou que os ventos da região são ideais para o empreendimento, pois são constantes e estáveis, pois, além de seguirem uma mesma direção, tem pouquíssima variação de velocidade no decorrer do ano. “Não são aqueles ventos fortes que derrubam tudo, mas são adequados para o projeto. Consegue dar uma produtividade maior”.

Um dos acionistas da CER, José Maria Muller afirmou que a região onde se encontra os municípios de Gentio do Ouro e Xique-Xique se encontra os melhores ventos do Brasil. “Somente pelos ventos da Bahia não estaríamos iniciando esta obra aqui hoje. Precisávamos e contamos com um governo que nos apoiou. Aqui também tem muito sol e vamos aproveitar este outro potencial”.

A CER também está desenvolvendo projetos complementares de geração de energia a partir de fonte solar em parques geradores, localizados no município de Gentio do Ouro, os quais representam capacidade de 150MW de geração.

Publicada às 12h20
Atualizada às 14h30