Trinta servidores da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), e três médicos veterinários da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) estão sendo capacitados para a prática de atividades do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH), principalmente sobre o controle populacional de morcegos hematófagos.

O 5º Treinamento para Controle de Quirópteros da Espécie Desmodus Rotundus e Colheita de Material do Sistema Nervoso Central em Herbívoros começou, nesta terça-feira (14), na cidade de Saubara, no Recôncavo. O encontro continua até a próxima sexta-feira (17), com o objetivo de melhorar a eficiência das ações do PECRH/BA, reduzindo a incidência da doença em herbívoros no estado, e minimizar os riscos de transmissão ao homem.

Na abertura do encontro, o diretor-geral da Abab, Paulo Emílio Torres, ressaltou que a Bahia está entre os estados mais eficientes no controle da raiva dos herbívoros, além de possuir a classificação ‘A’, a mais alta categoria, na avaliação do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH).

“Os méritos são de vocês, que estão na ponta e vão capturar os morcegos em locais insalubres e de difíceis acessos. As ações têm que ser contínuas e com dedicação dos servidores que a executam. A Adab tem que ser mais próxima do produtor, com trabalho educativo forte e compartilhado, para preservar a saúde dos animais e da população”, disse.

Diagnóstico

O responsável pelas análises das amostras com suspeita da raiva do Laboratório Central Gonçalo Moniz (Lacen), Eduardo Hungar, orientou sobre a necessidade de enviar mais material para que possam diagnosticar e rastrear a doença na Bahia. Ele ressaltou que o índice de amostras enviadas ainda está muito baixo.

As estratégias do PNCRH e PECRH, como a vigilância epidemiológica, vacinação, controle de quirópteros e educação sanitária, foram apresentadas e detalhadas pelo coordenador do programa na Bahia, José Neder Moreira Alves. Ele explicou que a raiva é uma doença de forte impacto para a saúde pública, que acomete todos os mamíferos, inclusive o homem.

100% letal

“Em animais agropecuários, a raiva é 100% letal, com estimativa de danos econômicos na esfera de 45 milhões de dólares por ano no Brasil. Nas Américas, a principal forma de transmissão é pela espoliação causada pelo morcego ‘Desmodus rotundus’, que se alimenta de sangue de bovinos, equinos, ovinos e caprinos, e habita as áreas de trópicos”, disse.

Seguindo a programação do treinamento, a parte prática foi iniciada na tarde desta terça-feira, com a armação de redes. Na manhã desta quarta (15), as áreas vão ser registradas com o uso do GPS, e no período da tarde e em toda a quinta (16), ocorre a prática de captura.

Na próxima sexta-feira, será realizada a Colheita Sistema Nervoso Central (SNC), no Centro de Desenvolvimento da Pecuária da Universidade Federal da Bahia (CDP/Ufba), localizado no distrito de Oliveira dos Campinhos, em Santo Amaro.