A mostra ‘Triangulações 2014 – Geografias Obliquas’ fecha o ciclo deste ano, em Salvador, se firmando como um circuito de artes visuais que convida o público a contemplar o talento, o ecletismo e o refinamento de artistas que trabalham fora do eixo Rio-São Paulo. Após a realização em Maceió (Al) e Belém (PA), a exposição vai ser aberta, nesta quinta-feira (6), às 19h, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), que funciona no Solar do Unhão (Avenida do Contorno, s/n, Cidade Baixa), onde o público pode apreciar a mostra gratuitamente no período de 7 a 30 de novembro.

Para reflexão sobre o panorama da arte contemporânea, reservando espaço também à discussão sobre a produção dos artistas dos três estados envolvidos na exposição, na sexta (7), às 15h, acontece um debate com a participação da equipe encarregada da curadoria de ‘Triangulações’ – Marília Panitz, Vânia Leal Machado, Geysa Brenner e Alejandra Muñoz. Na capital baiana, a mostra integra o projeto ‘Circuito das Artes’.

Em ‘Triangulações 2014 – Geografias Oblíquas’, o exercício sugerido foi uma resposta à provocação operada pelas obras que compõem o panorama de diálogos possíveis, pensando a sobreposição de dois triângulos – um formado pela ligação cartográfica dos pontos que unem as três capitais (Salvador, Maceió e Belém), e outro pelos vértices de três ‘manchas territoriais’, representados pelas noções de ressonância cartográfica, em torno das quais as obras dialogam.

Troca de experiências

Segundo a coordenadora geral do Circuito das Artes/Triangulações, Eneida Sanches, o projeto tem procurando estender os horizontes da visão que se tem da arte contemporânea brasileira, buscando a interação e o diálogo com artistas de diferentes regiões do país. “Estamos conseguindo promover um intercâmbio dos olhares diversos do país. Com esta iniciativa, identificamos técnicas, linguagens e temas comuns. O resultado é uma visão mais rica do panorama das nossas artes visuais”.

Marília Panitz, que participa do projeto desde o ano passado, destaca o caráter descentralizador da iniciativa ao propor novos eixos para debater a criação, produção, difusão e apreciação da arte contemporânea. “Queremos impulsionar a troca de experiências entre os artistas envolvidos e presentear o público ávido por conhecer cores, formas e expressões dos talentos de cada localidade. A intenção é fortalecer a arte, aproximá-la do público e dar visibilidade nacional aos artistas regionais”.

Em Maceió, a exposição foi realizada na Pinacoteca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), entre os dias 14 de agosto a 6 de setembro, e em Belém, de 18 de setembro a 18 de outubro, na galeria do Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU). Na capital baiana, o espaço da mostra é o MAM-Ba, que funciona de terça a sexta-feira, das 13 às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14 às 19h.

Três eixos

A exposição foi organizada com base em três eixos formados pelas noções de ‘Atravessamento’, ‘Deslocamento’ e ‘Anamnese’, termos que nomeiam as manchas territoriais propostas e indicam certo tipo de movimento sugerido metaforicamente – diagonalidade, horizontalidade e verticalidade.

Participam de ‘Atravessamento’ Alba Vasconcelos, Almandrade, Almo, Eriel Araujo e Florival Oliveira (BA), Armando Sobral, Carla Evanovitch, Elaine Arruda e Orlando Manesky (PA), Dalton Costa, Delson Uchôa, Eva Le Campion, Martha Araujo, Rogério Gomes e Ulisses Locicks (AL)

‘Deslocamento’ compreende um conjunto de obras que, por diferentes vieses trata da horizontalidade da paisagem nos locais na beira do mar (e do rio-mar que atravessa a região norte). A ideia é pensar como esse olhar que se espraia na linha reta do horizonte define a composição e o ritmo no trabalho.

Desse eixo participam André Souza, Andrew Kemp, Paulo Coqueiro e Rosa Bunchaft (BA), Alberto Bitar, Alexandre Sequeira, Armando Queiroz, Claudia Leão, Danielle Fonseca e Nailana Thiely (PA), Alice Jardim, Maria Amélia, Marianna Bernardes, Pedro Lucena, Renata Voss e Ricardo Lêdo (AL)

‘Anamnese’ agrupa trabalhos que lidam com a passagem do tempo envolvendo os aspectos memória e projeção, anotações e indicações, ação política e ficção. Os artistas participantes desse trabalho são Anne Sol, Coletivo Tríptico, Evandro Sybine, Josiltom Tomn, Juliana Moraes e Márcia Abreu (BA), Emanuel Franco, Keila Sobral, Melissa Barbery, Nina Matos e Pablo Mufarrej (PA), Herbert Loureiro, Karla Melanias e Marta Emília (AL).