Bases geradoras de uma prática pedagógica diferenciada, a horta e a gastronomia agora fazem parte do currículo escolar de cinco escolas públicas do município de Wanderley, no oeste baiano. A proposta de dinamização da alimentação escolar, a partir da gastronomia e sustentabilidade, faz parte do Projeto Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia (PEHEG) do governo federal. No município de Wanderley, o projeto é realizado em parceria com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri) e da prefeitura municipal.

O PEHEG, que está em fase inicial em Wanderley, tem o objetivo de intervir na cultura alimentar e nutricional das escolas. Até o momento, 162 profissionais da área de educação já foram capacitados e 1.225 estudantes fazem parte do projeto. A meta é atingir as 37 escolas públicas do município.

Implantação

O técnico agropecuário da EBDA, Luiz Carlos de Jesus, é um dos agentes multiplicadores do PEHEG e explica o papel da empresa no projeto. “Nosso trabalho consiste da implantação e acompanhamento das hortas, com visitas diárias e formação dos envolvidos. A EBDA é uma importante parceira para o desenvolvimento do projeto. Pelo Programa Semeando vamos produzir a maioria das sementes e introduzir as sementes crioulas no PEHEG”. A equipe de agentes multiplicadores também é formada por pedagogos e nutricionistas.

Nas escolas de Wanderley, serão plantadas as hortaliças regionais que podem ser introduzidas na merenda escolar – maxixe, abóbora, quiabo, moringa oleífera, cenoura, beterraba, taioba, araruta, coentro, alface, tomate, pimentão, couve, cebolinha, salsa, rúcula, berinjela, abobrinha, entre outras. A produção também poderá ser vendida para arrecadar recursos para escola e ser distribuída entre os participantes. “Toda produção será com base na agroecologia, seguindo o caminho da sustentabilidade”, acrescenta Luiz Carlos de Jesus.

Envolvimento

No município de Wanderley, o PEHEG funcionará com os alunos do ensino fundamental I e II matriculados nos turnos matutino e vespertino. Durante as atividades nas hortas, os estudantes vão aprender as técnicas de manejo do solo, a produzir alimentos e a programar o plantio de vegetais destinados à alimentação nutritiva e sustentável. Essas atividades envolvem várias disciplinas, integrando estudantes, professores, agentes de apoio e comunidade.

“Com a horta educativa passamos a contar com um laboratório vivo nas escolas para trabalhar teoria e prática, discutindo os benefícios do consumo de alimentos naturais e sem agrotóxicos. Os estudantes serão estimulados a se envolver com o trabalho, passando a multiplicar o que aprenderem para a família e a comunidade. É uma forma de melhorar o hábito alimentar e, consequentemente, a saúde de todos os envolvidos”, relatou o pedagogo e coordenador do projeto no município de Wanderley, Nei dos Santos Pereira.