Inaugurações de fábricas no interior do estado são destaque em 2014

Inauguração de várias fábricas na Bahia e do novo Mercado do Rio Vermelho, em Salvador, tem destaque na lista das realizações da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm) em 2014. O balanço das ações empreendidas ao longo do ano inclui a entrega  da fábrica de perfumes, em Camaçari, e do centro de distribuição, em São Gonçalo, de O Boticário, e a indústria voltada para produção de placas de drywall da Placo Saint Gobain, em Feira de Santana.

A lista contempla ainda as fábrica de placas de drywall da Knauf e de motores da Ford, em Camaçari, a mina de vanádio da Largo Resources (Maracás), a unidade de engarrafamento de água de coco da Frysk (Conde), o centro de distribuição da Le Biscuit (também em Camaçari) e a de embalagens para algodão da Tama (Feira).

Da mesma forma, compõem as realizações o início das atividades do estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, a fábrica de cabos e conexões do Lapp Group (Camaçari), as ampliações da fábrica de pneus da Continental (no mesmo município), a fábrica da Malwee (Camacã), a de torres eólicas da Torrebrás (Camaçari) e a fábrica de pneus da Pirelli (Feira). Em Itororó, a Lia Line praticamente duplicou os investimentos na fabricação de calçados femininos.

O ano de 2014 marca ainda a conclusão das obras para implantação do complexo acrílico da Basf e da fábrica de argamassas da Votorantim, ambos em Camaçari, além do início das obras do centro de distribuição do Magazine Luiza (Candeias), da fábrica de pás eólicas da Tecsis (Camaçari) e da fábrica de equipamentos de caldeiraria da Sigma (Feira). Outro marco importante do ano foi o anúncio de implantação da fábrica de embalagens para perfumes da Vitro (Camaçari).

“A Bahia experimenta o maior ciclo de desenvolvimento de sua economia desde a década de 1970, quando foi implantado o Polo de Camaçari. Temos a mais importante economia do país fora do eixo Sul-Sudeste e respondemos por um terço da atividade econômica do Nordeste. Até 2018, os investimentos privados previstos totalizam cerca de R$ 70 bilhões. Somente em projetos de eólica e mineração são mais de R$ 40 bilhões”, afirma o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.

Mesmo com essa lista de grandes empreendimentos, o secretário diz que a marca dos últimos oito anos é a interiorização do desenvolvimento da Bahia. “O comércio, a indústria e os investimentos em energia eólica e mineração migraram para outras regiões da Bahia. Segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o interior da Bahia cria 70% dos novos empregos contra cerca de 30% da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Nesse processo de interiorização, Feira de Santana e região se destacam”.

Feira de Santana

Localizada a 108 quilômetros de Salvador e com pouco mais de 600 mil habitantes, Feira de Santana e região se transformaram num grande polo de oportunidades, com desenvolvimento contínuo. Nos últimos oito anos, foram cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos somente no setor industrial, entre implantação e ampliação de unidades fabris, que proporcionaram a geração de mais de 10,6 mil empregos diretos.

Os números do Produto Interno Bruto (PIB) municipal entre 2007 e 2011 – último ano medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – constatam que a média da expansão da atividade econômica, em Feira, foi da ordem de 11% ao ano. Nominalmente, a soma das riquezas produzidas no município saltou, no período, de R$ 4,7 bilhões para R$ 8,2 bilhões, o que resulta num incremento de 75%, sem considerar a inflação. Tamanho crescimento, segundo os dados do IBGE, fez com que a participação de Feira de Santana, em cinco anos, passasse de 4,3% para 5,2% de todo o PIB baiano, garantindo a terceira posição no ranking do estado, atrás apenas de Salvador e Camaçari.

O Centro Industrial do Subaé (CIS) – uma das principais locomotivas da economia da região – deu alguns dos sinais da vitalidade de uma das cidades que mais crescem no país. “Hoje já contamos com mais de 250 grandes e médias indústrias em atividades, somente no CIS, e outras continuam chegando. A carteira de investimentos em andamento é da ordem de R$ 500 milhões, com geração de mais de 3,6 mil nos postos de trabalho”, destaca o diretor geral do CIS, Jayro Miranda Lima.

Entre as grandes plantas que chegaram nos últimos anos a Feira de Santana e região estão a Nestlé, Pepsico, Borrachas Vipal, Brasfrut, Placo, Tama, e O Boticário. Outras realizaram investimentos para aumentar a produção, e, consequentemente, o número de empregos, a exemplo da Pirelli, Bahia Embalagens, Belgo Bekaert e Gujão Alimentos.

O novo Aeroporto de Feira de Santana, inaugurado em 2014, passa a ter grande importância com a instalação de grandes centros de distribuição no município – como os do Grupo Boticário, do atacadista Peixoto e da cadeia de lojas de material de construção Rede Erguer -, além da poderosa cadeia de indústria, comércio e serviços já instalada. O aeroporto recebeu investimentos de R$ 5 milhões do Governo do Estado e R$ 10 milhões do consórcio privado Aeroporto de Feira de Santana S.A. (AFS).

Energia eólica

Com investimentos de R$ 3,4 bilhões, a Bahia concentra a maior parte dos parques de energia eólica e solar a serem instalados no país a partir de 2015 – com previsão de entrada em operação em 2017. O estado foi o principal destaque do último leilão de energia, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em outubro. Dos 62 projetos vencedores, 30 serão instalados em solo baiano – 14 solares e 16 eólicos. Juntos, eles serão responsáveis pela geração de 773,1 MW.

A Bahia é o primeiro estado do país a receber um complexo híbrido de geração de energia eólica e solar, que está sendo construído pela Renova Energia em Caetité, no sudoeste baiano. Com investimentos de R$ 130 milhões, o empreendimento terá capacidade instalada de 26,4 megawatts (MW), sendo 21,6 MW de eólicas e 4,8 MWpico de energia solar. Com capacidade para gerar 3,2 gigawatts, o estado é o segundo parque eólico instalado no Brasil, caminhando para ser o primeiro, devido à qualidade dos ventos.