Vitrines, prateleiras e balcões com inúmeras opções entre acessórios, objetos de decoração e até roupas. Produtos diferenciados em formas e qualidade, feitos à mão e a preços justos. Assim os Centros Públicos de Economia Solidária (Cesols) se prepararam para conquistar ainda mais o público, sobretudo com a chegada do Natal. Três destes centros estão em plena atividade na capital baiana e, o primeiro deles, funciona desde 2013, na Avenida Afonso Celso, na Barra. A iniciativa é uma das estratégias do Programa Vida Melhor, do Governo do Estado, executado por meio da Superintendência de Economia Solidária (Sesol), vinculada à Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

Durante todo o ano, baianos e turistas que visitam o local têm à disposição ampla variedade de itens. Atualmente, motivados pelos festejos de fim de ano, os grupos de artesãos que compõem o Cesol Barra prepararam novidades, entre elas, diversos enfeites como guirlandas e presépios feitos de papel machê, além de cestas de natal montadas com produtos da agricultura familiar. Em relação às festas de confraternização comuns ao período, uma das possibilidades para manter a tradição com a originalidade e sofisticação é contratar o serviço de bufê disponível no local.

De acordo com a coordenadora do Programa Vida Melhor, na Setre, Albene Piau, está é uma "política pública de geração de trabalho e renda a partir da inclusão por meio do trabalho decente de empreendimento de Economia Solidária, que fortalece as cadeias produtivas através da assistência técnica. São oito em funcionamento e mais oito em fase de contratação nos territórios de identidade na Bahia".

Aprendizado importante

Além de ser uma opção original de presente e dar um toque especial aos festejos de fim de ano, os Cesols têm permitido que artesãs como Neia Estevam, do grupo de artesãs Arte 7, aprendam a melhorar o acabamento, divulgar e comercializar seus objetos. “A parte de aprendizado é muito importante e tem sido valiosa”, disse a artesã que divide os trabalhos com outras seis colegas do grupo. Juntas, elas produzem peças bordadas, crochê, papel machê, entre outras.

A Organização Social Filhos do Mundo é responsável por organizar e implantar o Cesol Barra. Conforme o diretor da entidade, Vasco Aguzzoli, o centro público tem a função de ajudar as pessoas a se organizar com ferramentas administrativas. “Os grupos de artesãos, em forma rotativa, têm a oportunidade de estar aqui para aprender a formar preço, atender ao cliente, a organizar vitrine, apresentar e divulgar o produto”.

Cesol Sussuarana

A mais nova unidade do Cesol foi inaugurada, em meados de novembro, no bairro de Sussuarana e já é considerada a loja conceito. Localizada na Avenida Ulisses Guimarães, ao lado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de objetos de decoração sofisticados como quadros em arte francesa – técnica considerada o início do efeito 3D -, feitos pela artesã Ana Canto Madureira, quem vai ao local encontra trajes para festas, enxovais de cama, mesa e banho, brinquedos e artigos de natal, boa parte feita a partir de material reciclado.

De acordo com o designer e assessor de comunicação da unidade, Martoni Costa, de tão bonito e atrativo que ficou o espaço, colaboradores de outras vitrines de formação em comercialização, como também são chamadas estas unidades, têm procurado o Cesol Sussuarana para troca de experiências. “Fizemos um ambiente todo pensado na sustentabilidade e que gerasse rentabilidade aos empreendimentos de economia solidária. Nosso desafio foi construir um espaço legal com um baixo custo, menos de R$ 15 mil. O Cesol Mares, na Cidade Baixa, está sendo remodelado e seguindo o conceito que aplicamos aqui em Sussuarana”.

Equipe multidisciplinar

De acordo com o coordenador da Cesol Sussuarana, Roberto Paulo Souza, cada centro tem uma equipe multidisciplinar formada por administrador, contador, advogado e técnico em economia solidária, que dá suporte aos empreendimentos que estão na loja, além de realizar visitas nos locais onde são produzidas as peças. “Eles realizam estudos de viabilidade, planos de ação e capacitações específicas como jurídica e contábil, de acordo com a carência de cada empreendimento”.

Roberto disse ainda que a proposta é desenvolver ações qualitativas com os cerca de 140 empreendimentos da unidade. “Queremos trabalhar com as carências destes empreendimentos para que eles passem de grupos informais à cooperativas e associações”.

O superintendente estadual de Economia Solidária, Milton Barbosa, informou que, atualmente, além dos três Cesols em Salvador, existem cinco no interior – Itabuna, Pintadas, Santo Antônio de Jesus/Cruz das Almas, Juazeiro e Guanambi. “Vamos contratar mais dez centros públicos de economia solidária visando fornecer, especialmente, assistência técnica aos empreendimentos associativos e cooperativos nestes territórios. Nossa expectativa é que cada centro se torne referência para todas as políticas públicas de inclusão socioprodutiva nos territórios onde estão instalados”.