Uma série de ações está sendo realizada em 11 bairros que integram o Centro Antigo da capital baiana para a requalificação da região. As obras fazem parte do Plano de Reabilitação do Centro Antigo de Salvador – conduzido pelo Governo do Estado, por meio da Diretoria do Centro Antigo de Salvador (Dircas), da Conder – e abrangem a requalificação de vias com projeto de acessibilidade, recuperação externa de igrejas e prédios históricos, reforma de casarões para uso habitacional e manutenção e limpeza constantes do patrimônio que integra o rico conjunto arquitetônico.

O Plano foi elaborado e está sendo coordenado pela Dircas/Conder com a participação da Prefeitura e do Governo Federal, que renovaram recentemente a assinatura de acordo de cooperação técnica, publicado no Diário Oficial da União, em agosto deste ano. Foram definidas 14 propostas gerais de ação voltadas ao Centro Antigo de Salvador (CAS), entre elas o incentivo ao uso habitacional de imóveis da região, assegurando sua função social, assim como a qualificação dos espaços culturais e monumentos e a requalificação da infraestrutura.

São obras que incluem, entre outras ações, a requalificação de vias, restauração de igrejas e monumentos, recuperação externa de casarões históricos e um trabalho de manutenção e limpeza constantes do patrimônio que integra rico conjunto arquitetônico, com destaque para o Centro Histórico de Salvador, área tombada pelo Iphan e reconhecido pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.

Obras – As intervenções iniciadas em 2012 estão melhorando o acesso das pessoas a diversos pontos do Centro Histórico de Salvador, bem como tornando mais confortável a mobilidade por ruas, praças e travessas. Em fase de conclusão, a requalificação urbana da Baixa dos Sapateiros, por exemplo, faz parte da política de valorização da cidade. Em outubro deste ano, o Governo do Estado entregou um conjunto de obras na região, conhecida pelo tradicional comércio, destacando-se a reforma do Quartel do Corpo de Bombeiros, a Praça dos Veteranos e a Ladeira do Pax. A obra ao longo da J.J.Seabra segue até a Barroquinha e tem a previsão de ser finalizada em março de 2015.

Outra intervenção na região do Centro Histórico é a requalificação da Ladeira do Pilar, finalizada em novembro. O projeto incluiu drenagem e pavimentação da ladeira, assim como área de lazer e convivência para a comunidade. “Nossa expectativa, agora, é com o início das obras de pavimentação e qualificação de vias urbanas em mais de 200 ruas dos 11 bairros que integram o Centro Antigo. Vamos iniciar, em janeiro de 2015, a implantação de calçadas, acessibilidade, ciclofaixas e recuperação de vias com investimentos da ordem de R$121 milhões para a melhoria da infraestrutura, que irá beneficiar diretamente os 77 mil moradores da região”, disse.

Moradia

De acordo com a diretora do Centro Antigo de Salvador, Beatriz Lima, uma das prioridades estabelecidas no plano é a fixação dos atuais moradores e a atração de novas pessoas e negócios para a região, revertendo, assim, o processo de esvaziamento ocorrido nas últimas décadas. “Nossa proposta é atender diferentes classes sociais. Acabamos de finalizar um estudo para a criação de um fundo de investimento imobiliário, que vai dar suporte financeiro à construção de empreendimentos residenciais na região, voltados aos moradores de maior poder aquisitivo”, afirma a diretora.

Beatriz Lima ressalta também a atenção à população vulnerável do Centro Antigo: “Desenvolvemos também projetos de habitação social, voltados às famílias que se encontram em situação de risco na região”, afirma, referindo-se ao lote de 212 novas moradias no Centro Histórico de Salvador (CHS) que já foi disponibilizado pelo Governo do Estado nos últimos dois anos.

Além de 107 novas unidades habitacionais do Conjunto Nossa Senhora do Pilar, no Pilar, entregues em 2012, a Dircas/Conder finalizou, em 2014, a reforma de 38 casarões do Centro Histórico, que estavam abandonados ou em ruínas, para a produção de 41 unidades habitacionais destinadas aos servidores públicos e 64 novas moradias, que estão sendo utilizadas por antigos moradores em diferentes pontos da região.

Manutenção

A Diretoria do Centro Antigo (Dircas/Conder) também realiza a reforma de telhados, restauração externa de casarões e monumentos no Centro Histórico de Salvador (CHS). Desde 2012, 756 imóveis já foram recuperados, o que corresponde a 90 por cento do total programado para a região – no Santo Antônio Além do Carmo, Terreiro de Jesus, Cruzeiro do São Francisco e Pelourinho.

Este trabalho soma-se à recuperação das fachadas, já finalizada, de igrejas e edificações históricas, localizadas no Centro Histórico, a exemplo da Igreja do Boqueirão, da antiga Faculdade de Medicina, da Catedral Basílica e do Cine Excelsior, na Praça da Sé, que ganharam também nova iluminação cênica, executado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (Ipac).

Centro Histórico e Centro Antigo

O Centro Histórico de Salvador (CHS) é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1984, e reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade, em 1985. Com 0,8 km², a delimitação do Centro Histórico inicia próximo ao Mosteiro de São Bento e segue até o Forte Santo Antônio Além do Carmo.

Já o Centro Antigo de Salvador é uma área de 7 km², que inclui em sua extensão territorial onze bairros da capital baiana como Centro, Barris, Tororó, Nazaré, Saúde, Barbalho, Macaúbas, parte do espigão da Liberdade, Santo Antônio e Comércio, além do Centro Histórico. De com acordo com a legislação, esta área de Salvador corresponde à área contígua à de proteção rigorosa, sob o registro da Lei Municipal n° 3.289/83.

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