Cerca de 1,2 mil representantes de acampamentos e assentamentos da Bahia estão reunidos, em Feira de Santana, no 27º Encontro Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aberto na quinta-feira (15). Nesta sexta-feira (16), o secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, esteve presente no evento representando o governador Rui Costa.

"Estamos abertos ao diálogo, para construir soluções junto aos movimentos que lutam pela terra", afirmou o secretário. De acordo com ele, o governo vem trabalhando para dar melhores condições de vida aos assentados. "Destaco os investimentos em infraestrutura de acesso, como estradas e vias, permitindo às crianças irem para a escola com segurança, além de facilitar o escoamento da produção agrícola".

O Governo do Estado participa das discussões desde o primeiro dia do encontro, quando participaram os titulares da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Jerônimo Rodrigues, e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Vera Lúcia Barbosa, além de dirigentes de órgãos estaduais.

As atividades, que prosseguem até este domingo (18), também contam com o segmento acadêmico, movimentos sociais, prefeitos e outras autoridades, que atuam com o tema da reforma agrária e políticas voltadas ao campo. A secretária da Sepromi afirmou que “a luta no campo não se faz sozinha”, mas é parte do processo de busca pela igualdade de oportunidades também para as mulheres e a população negra.

Segundo  Vera Lúcia, “trata-se de um trabalho de busca pela reparação que o Estado brasileiro não consegue realizar. Neste sentido, almejamos, de fato, uma sociedade para todos e todas. Com respeito às diferenças, construindo a equidade de gênero e de raça”. Ela colocou a secretaria à disposição para o diálogo com todos os movimentos e setores organizados.

Pontos estratégicos

De acordo com o secretário da SDR, a Bahia tem a maior população rural do país, com quatro milhões de pessoas vivendo no campo, 700 mil famílias atuando na pequena agricultura e com maior número de assentamentos do país. “Demandamos uma pactuação de pontos estratégicos para melhorar as condições de moradia no campo, da juventude rural, das condições das mulheres, dos povos e comunidades tradicionais, a exemplo dos quilombolas”, destacou Jerônimo.

O dirigente estadual do MST, Márcio Matos, disse que o segmento avalia de forma positiva a criação de uma secretaria, no atual governo, destinada às questões do âmbito da reforma agrária e da agricultura familiar. “Para tratar de questões como estas, inclusive, é necessário discutir a função social da terra”.