Estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Centro Territorial de Educação Profissional – CETEP da Chapada Diamantina, no município de Wagner, participaram de uma formatura, nesta semana, para simbolizar o fim de um ciclo repleto de desafios e muitas emoções. A solenidade contou com todos os protocolos de biossegurança e marcou mais um capítulo de dedicação, empenho e vitória para os 40 concluintes do Ensino Médio.

Nascido em 1952, o estudante João Gonçalves, conhecido como ‘Seu João’ conseguiu realizar um de seus maiores desejos: finalizar os estudos. “Realizei meu maior sonho. Não pude me formar quando era novo porque tive que trabalhar. Com 69 anos sei que já não tenho tanto tempo, mas peço aos meus colegas que se matriculem novamente  em outros cursos e não parem. Quando voltei a estudar percebi que tinha feito a melhor escolha da minha vida. Hoje acredito que tudo é possível”, relatou.  

A professora de Língua Inglesa, Ana Célia, chamada carinhosamente por ‘Pró Cecéu’, acompanhou de perto a trajetória dos alunos e relata o carinho pela turma.  “Sempre sonhamos com este momento. Eles iniciaram os estudos no Instituto Ponte Nova e fizeram o último ano no CETEP. Com uma capacidade incrível de convencer os colegas a participarem de todas as atividades, João sempre ensinou, aos mais novos e a nós professores, lições que nenhuma academia daria.  Foi uma alegria para todos, não por ele ser uma pessoa idosa que voltou a estudar, mas por ter se tornado um símbolo para turma e ter sido presente em todas as atividades da escola, desde uma apresentação de teatro a seminários”.

A estudante Josiane Régis Morais, 25, precisou se afastar da escola com 15 anos e tentar novas oportunidades em outro estado, porém percebeu que não ter concluído os estudos limitavam seu campo de atuação profissional e resolveu tentar concluir a formação. “Esta formatura foi a concretização de um sonho. Deixei os estudos e fui com meu marido para São Paulo em busca de uma nova vida. Engravidei e tive poucas oportunidades de trabalho. Quando retornei para minha terra, eu voltei com os estudos e concluí o Ensino Médio”, afirmou.

Para o diretor da unidade, Gileno Pereira de Menezes, o momento valorizou o empenho dos estudantes da turma e profissionais da educação que não mediram esforços para realizar o sonho de concluir os estudos. “O público da EJA normalmente é feito por estudantes trabalhadores, proveniente de famílias de baixa renda e que vivem na zona rural. Formar novos alunos deste segmento significa elevar o nível de escolaridade de trabalhadores que passam a exercer outras profissões e até ingressar em um curso técnico ou superior”.

Fonte: Ascom/ Secretaria da Educação do Estado