Para sensibilizar a comunidade em relação à conservação da fauna, incentivando a entrega voluntária de aves silvestres, a equipe do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão vinculado a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), esteve entre os dias 14 e 17 de dezembro, no município de Tucano e no distrito de Caldas do Jorro, para mais uma edição da Campanha de Entrega Voluntária de Aves Silvestres, realizada em parceria com a prefeitura local. A atividade de educação ambiental visa a redução das ameaças que os animais vêm sofrendo, como a caça, captura, comercialização ilegal e criação em gaiolas. Durante a ação foram entregues aves, entre elas, espécies de colarinho branco e 26 jabutis.

“Buscamos um diálogo participativo com os moradores sobre a importância do animal viver em seu ambiente de origem, buscando entender porque ainda existe essa cultura de manter pássaros presos em gaiolas, bem como, destacando a importância destas espécies soltas, para que elas venham disseminar as sementes, ajudando no reflorestamento ambiental. Durante a ação, informamos inclusive que aves presas em gaiolas, sem autorização ambiental, é crime previsto em lei. Porém, o intuito da campanha é fomentar a entrega voluntária pela comunidade, isentando-a de sanções legais”, destacou a bióloga da coordenação de Gestão de Fauna do Inema, Rosane Barreto.

Segundo o diretor de Meio Ambiente da prefeitura de Tucano, Agnaldo Bittencourt, a parceria para a realização da Campanha foi possível após ter conhecimento da ação em outras cidades e de diálogos e alinhamentos com a Coordenação de Fauna do Inema. “Estamos contentes pela ação acontecer de forma prática em Tucano e Caldas de Jorro. Uma ação cujo objetivo é educar as pessoas, antes de qualquer intenção de puni-las. O envolvimento entre a prefeitura e o estado foi oportuna, porque faz com que o poder público acrescente o trabalho de conservação e do cuidado com a fauna silvestre”.

A bióloga Rosane destacou ainda que após a entrega voluntária dos animais, os pássaros ou outro animal silvestre resgatados pelo Inema, passa por um Centro de Triagem de Animais Silvestre (CETAS), onde são avaliados e cuidados, até o momento onde eles estarão aptos a serem reintroduzidos a natureza.

De acordo com o veterinário, Caio Vinícius, que acompanhou a equipe do Inema, os animais aos chegarem ao CETAS passam por uma triagem para identificar a integridade física e atestar a saúde, e iniciar o período de reabilitação. É realizada também uma avaliação do comportamento selvagem e só então são destinamos para o viveiro ou encaminhados para ala de internamento, onde são tratados pela equipe de veterinários, observado e estimulado até estarem pronto para serem soltos, de acordo com o habitat de cada espécie.

Após os animais serem cuidados pelos CETAS, as Áreas de Soltura de Animais Silvestre (ASAS) são os espaços destinados exclusivos para a destinação de animais apreendidos, capturados ou entregues de forma voluntária. Segundo a especialista de meio ambiente do Inema, Mariana Pinho, as ASAS são áreas de propriedades rurais, cadastradas mediante manifestação voluntária dos seus proprietários, consideradas como seguras para a soltura dos animais. São espaços que precisam ter mata conservada, recursos hídricos disponíveis para os animais e que não tenha muito registro de caças no seu entorno. “São espaços importantes para a gestão de fauna, porque garante aos animais maiores chances de sobrevivência”, finalizou.

O cidadão que encontrar animais silvestres e/ou exóticos feridos, vítimas de maus tratos, em cativeiro e posse ilegal, pode solicitar o resgate ou realizar a entrega voluntária aos CETAS Estaduais do Inema através do Disque Resgate (71) 99661-3998 (WhatsApp) ou via telefone fixo (71) 3231-5960.

Fonte: Ascom/Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema)