O Setor Pedagógico do Conjunto Penal de Itabuna (CPI), assim como todos que apostam na Educação como ferramenta eficaz de ressocialização e crescimento pessoal, está comemorando o resultado do Sistema de Seleção Unificada (SISU) para ingresso nas instituições públicas de ensino superior, divulgado nesta terça-feira (28). No total, 13 reeducandos que fizeram o Enem na unidade prisional foram aprovados em diversos cursos da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), localizada no município. No ano passado, foram oito aprovados na mesma UFSB.

De acordo com o diretor do Conjunto Penal da cidade, Bernardo Cerqueira Dutra, o sucesso em todas as grandes provas nacionais, a exemplo do Enem e do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), é fruto do apoio do Estado à Educação na unidade, e da construção feita em parceria entre a empresa cogestora Socializa e os profissionais da Educação que lá atuam.

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“Juntam-se a esses parceiros o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a OAB, entre outros que nos incentivam a buscar a excelência como objetivo, enquanto fazemos o melhor possível. E, principalmente, os reeducandos que compreenderam a importância de agarrar as oportunidades que lhes são oferecidas dentro do sistema”, destacou o diretor do CPI.

Agora, o Setor Pedagógico irá buscar realizar as matrículas junto à UFSB. Desde 2018, outros reeducandos já haviam iniciado estudos em outras instituições de ensino superior em Itabuna.

Educação e ressocialização

No Conjunto Penal de Itabuna funcionam duas escolas públicas de ensino fundamental (Estado e Município), além dos programas de Remição pela Leitura: o Asas da Imaginação, ofertado pela Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap) e operacionalizado pela Socializa, com mais de 350 participantes; e o MP Educa Relere, executado pelo Ministério Público da Bahia, com 30 participantes e metodologia própria.

Esses programas incentivam a leitura, compreensão, interpretação e reescrita de textos, através de benefícios penais, como a possibilidade de redução de até 45 dias da pena, por ano. “É uma relação ganha-ganha ampliada, porque o reeducando começa pensando que está ganhando benefícios penais, depois descobre que está ganhando algo também muito valioso, que é a possibilidade de ver que sua vida não se resume ao cárcere, muito pelo contrário. E o Estado, em nome da sociedade, ganha a possibilidade de resgatar, ressocializados, indivíduos que se achavam irrecuperáveis. Isso tudo por meio da Educação”, finalizou Bernardo Dutra.

Fonte: Ascom/ CPI