Foto: Divulgação/ABI

Secretarias do Governo do Estado participaram, nesta terça-feira (4), do lançamento da Rede de Combate à Violência Contra Profissionais de Imprensa, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro Histórico de Salvador. Representantes das secretarias de Comunicação (Secom), Segurança Pública (SSP) e de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), além das polícias Civil e Militar, estiveram presentes no evento organizado pela ABI e Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), para o enfrentamento das violações contra a categoria.

A Rede, que foi anunciada no dia 31 de janeiro, durante audiência pública que debateu o avanço dos ataques contra a imprensa na Bahia, também tem o aval de instituições, como a Defensoria Pública do Estado (DPE) e o Ministério Público Estadual (MPE). O chefe de gabinete da Secretaria de Comunicação do Estado, Luciano Suedde, prestigiou o lançamento acompanhado do jornalista Eudes Benício, coordenador-geral de Jornalismo da pasta.

“Infelizmente, vivemos tempos em que, realmente, é mais que necessário termos instrumentos efetivos de proteção dos profissionais de imprensa no exercício de suas funções”, avaliou Eudes Benício. “Na ponta, o que essa rede estará protegendo também é a nossa democracia, que depende diretamente do livre acesso à informação”, salientou o jornalista.

Para o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, a construção deste coletivo atende à necessidade de conter a escalada de ataques que coloca o Brasil entre as nações mais inseguras para o trabalho jornalístico. “Conseguimos vencer o nosso primeiro desafio, que foi lançar a Rede. Já temos a adesão de pelo menos seis instituições públicas, organizações da sociedade civil e veículos importantes de comunicação. O segundo desafio é funcionar. Vamos criar políticas de prevenção a agressões contra jornalistas e estabelecer protocolos que garantam o combate e a punição dos agressores”, explicou o dirigente.

Durante o lançamento, o jornalista apresentou a Carta de Princípios da Rede. A primeira reunião de trabalho do grupo foi marcada para 11 de abril.

Registros

Os números são expressivos: No Brasil, de 99 ocorrências, em 2017, os casos saltaram para 430, em 2021. E, embora tenham apresentado ligeira queda, as agressões continuaram em níveis preocupantes, alcançando, no ano passado, um total de 376 registros. Na Bahia, em 2022, pelo menos 14 jornalistas baianos foram alvo de violência. Nestes primeiros meses de 2023, já foram contabilizados ao menos cinco casos no estado e mais de 60 em todo o país.