Foto: Divulgação/CAR

A Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) deu início à missão de supervisão do seu novo projeto, o Parceiros da Mata, que vai atender 100 mil famílias inserida na Mata Atlântica. Nessa primeira atividade, representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida), estão conhecendo experiências da agricultura familiar no bioma Mata Atlântica. 

Nesta segunda-feira (29), o roteiro começou pelo Litoral Sul. As visitas técnicas fazem parte da estratégia de implantação do projeto Parceiros da Mata, do Governo do Estado, que contará com cofinancimento das duas instituições financeiras. 

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Com investimento de US$ 150 milhões, o Parceiros da Mata começará a ser executado no segundo semestre de 2023, e tem como objetivo fortalecer a conservação da Mata Atlântica na Bahia. Os investimentos serão aplicados em sistemas produtivos resilientes e em iniciativas de proteção e recuperação ambiental, abastecimento de água, acesso a fontes de energia renovável, inclusão digital e socioprodutiva do segmento da sociedade que representa quase 80% dos estabelecimentos rurais. 

“Visitamos áreas imprescindíveis para ampliar a estratégia de fortalecimento dos sistemas produtivos vinculados à agricultura familiar, como a Biofábrica, equipamento que pertence ao Governo do Estado da Bahia e que vem produzindo um material de excelência. Nós temos aqui, hoje, 14 variedades de cacau, que estão sendo multiplicados e disponibilizados para a agricultura familiar ao longo desses anos. Agora, com o projeto Parceiros da Mata, a gente entende que esse equipamento será necessário, em especial, para o cacau e a mandioca. É um novo ciclo com o Fida e o início de um ciclo com o BID”, destacou Jeandro Ribeiro, diretor-presidente da CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). 

A meta do projeto Parceiros da Mata é viabilizar a melhoria da qualidade de vida de 100 mil famílias agricultoras, assentadas da reforma agrária e de povos e comunidades tradicionais de comunidades rurais de 61 municípios dos territórios de identidade Baixo Sul, Litoral Sul e Vale do Jiquiriçá.  

De acordo com Hardi Vieira, representante do Fida no Brasil, as experiências visitadas serão referências para a preparação do projeto. “Está sendo muito importante porque, no caso do FIDA, é a primeira vez que a gente trabalha com a Mata Atlântica. Até agora os projetos sempre foram na região do Semiárido, na Caatinga. Então, para nós, vai ser uma referência na preparação dessa missão de identificação e, com isso, a gente vai ter elementos para poder fazer o desenho do projeto e avançar na proposta de implementação nessa parceria com o BID”. 

A opinião é compartilhada pelo representante do BID no Brasil, Octavio Damiani. “Objetivamente, o intuito da nossa visita é conhecer a realidade e iniciar o processo de preparação do projeto. Então, muito importante para conhecer os modelos de produção de cacau que seriam mais adequados para apoiar no projeto, levando em conta que é um projeto que pretende o desenvolvimento sustentável das atividades agrícolas compatíveis com a preservação da Mata Atlântica”. 

Programação 

O grupo também visitou, nesta segunda-feira, o Assentamento Terra Vista, no município de Arataca. No local, eles conheceram a mata nativa preservada, a produção de chocolate fino realizada por um grupo de jovens, a produção de óleos essenciais, feita por um grupo de mulheres, e o banco de sementes crioulas. Em Uruçuca, a missão visitou a Biofábrica da Bahia, onde teve contato com o sistema de multiplicação e distribuição para a agricultura familiar de mudas de cacau, mandioca e fruteiras – materiais genéticos de alto valor agronômico. A fábrica de chocolate fino Bahia Cacau, em Ibicaraí, também fez parte do roteiro.  

Nesta terça-feira (30), as visitas acontecem no território Baixo Sul, na comunidade quilombola Jatinane, no município de Nilo Peçanha, e o Projeto Onça, em Taperoá. Na quarta-feira, a comitiva vista a Cooperativa Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidaria (Comafes), em Valença. 

Fonte: Ascom/CAR