Reecantingamento é debatido no Semiárido Show
Foto: Divulgação/CAR

“Não dá para pensar a vida no Semiárido sem pensarmos a relação com a Caatinga!”. Com essa afirmação, o engenheiro agrônomo e técnico do Instituto da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Luis Almeida, iniciou a palestra Recaatingamento – Recuperação e Conservação da Caatinga em parceria com a Comunidade, nesta terça-feira (1º), durante o primeiro dia do Semiárido Show, evento realizado pela Embrapa Semiárido, em Petrolina, com apoio do Governo do Estado da Bahia.

A metodologia do Recaatingamento é composta por um conjunto de ações ambientais, produtivas e sociais, construídas e executadas em parceria com as famílias agricultoras. O Recaatingamento é feito a partir do isolamento de uma área, com 50 hectares em média, onde é aplicado o plano de manejo para a recuperação da vegetação. Contudo, a metodologia é mais abrangente, pois associa a esta ação específica processos educativos e de troca de aprendizagem, além da implantação de tecnologias ambientais e sociais, que potencializam o seu impacto. Exemplo disso é a construção de banheiros, biodigestores, sistemas de reuso de água e o resgate de práticas coletivas para fortalecer as tradições comunitárias, como os mutirões.

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Luis Almeida ressaltou a parceria com o Governo da Bahia, por meio do projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Pró-Semiárido, que possibilitou a ampliação das ações de Recaatingamento em 20 comunidades do Semiárido baiano, com experiências significativas tanto na recuperação de 10 mil hectares do bioma quanto na convivência entre os/as agricultores/as e o Semiárido.

“O diferencial da metodologia é o empoderamento das famílias, ter o povo presente, dentro das áreas, participando e tomando decisões. Com isso, é fortalecido nelas o entendimento de que é muito mais estratégico manter a Caatinga em pé. Recuperar a ideia de que temos uma terra próspera, farta e biodiversa”, defendeu Luis Almeida.

Segundo o agrônomo, quando o assunto é a relação do uso terra para a preservação e a conservação do bioma, garantia da segurança alimentar das famílias e a geração de renda, é preciso atentar para o uso da área, observando o tamanho adequado para a criação dos animais, para que não haja empobrecimento e sobrecarga dos bens naturais.

Ele destacou ainda a importância do assessoramento técnico contínuo implantado nas áreas em que a metodologia do Recaatingamento é aplicada, o que tem possibilitado resultados positivos, inclusive com a ampliação do uso responsável da Caatinga para atividades produtivas como a apicultura, meliponicultura e o beneficiamento de frutas. O Recaatingamento é “rememorar a Caatinga, trazê-la para o lugar dela, um lugar de vida abundante e de dignidade”, concluiu.

O projeto Pró-Semiárido é executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Fonte: Ascom/CAR