Investimentos estaduais impulsionam produção de cacau no Assentamento Dandara dos Palmares, em Camamu
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É rodeado pela Mata Atlântica e a pouco mais de 20 quilômetros da sede do município de Camamu que fica o Assentamento Dandara dos Palmares, comunidade histórica do território do Baixo Sul que vem transformando sua renda através das experiências de transição agroecológica com o cacau, a principal cultura da região. Além do uso da fruta para subsistência e produção do próprio chocolate, eles, hoje, comercializam para marcas como Dengo, Maré Chocolate, Amo Chocolate e Kalapa.

Laudemir dos Santos é assentado, produtor de cacau e um dos exemplos, na prática, do sucesso das políticas públicas do Governo do Estado na região. Nos últimos seis meses comercializou cerca de 1.200 kg da fruta e comemora: “os investimentos funcionaram bastante. Ajudaram na compra de insumos para fazer aplicações nas roças, na compra de equipamentos e no deslocamento dos nossos produtos, entendeu? Nós tínhamos um grande problema em tirá-los da nossa roça e hoje não temos mais”.

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O Dandara dos Palmares é atendido pela chamada de Ater Agroecologia, que vem investindo, em serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), cerca de R$ 2,4 milhões na região do Baixo Sul. Uma parceria da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), através da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), com a entidade Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop).

“Esse é um assentamento referência graças à sua dinâmica. Aqui, temos a assistência técnica direta e indireta. No Baixo Sul, são três chamadas públicas: Ater Mulheres, Ater Agroecologia e Ater Biomas da Mata Atlântica. Especificamente no assentamento são 35 famílias assistidas pelo Ater Agroecologia”, explica a engenheira agrônoma da Bahiater, Ana Cristina Santos.

“O Sasop acompanha as famílias com esse foco de garantir o fortalecimento e a inclusão social a partir de uma Ater inclusiva, a partir de um trabalho de manejo agroecológico. A ‘Dandara’ consegue comercializar na feira local, no Pnae, PPA e estamos com o Espaço Mina Verde, dinâmica que fortalece as mulheres daqui”, conta a coordenadora do Sasop, Cibele Oliveira.

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Outros investimentos

Além da chamada de Ater, hoje o assentamento, também, vem sendo assistido pelo projeto Bahia Produtiva, com kits de beneficiamento, como cochos, ferramentas, estufas e insumos, bem como capacitações e equipamentos para escritório e informática. Ao todo, R$ 679.822 foram investidos para oportunizar o aumento da produção e a ampliação do mercado consumidor.

“Hoje, nós temos um grupo de certificação orgânica que, desde 2018, comercializa o cacau de qualidade. Não só a amêndoa, mas os derivados: chocolate, nibs e vários outros produtos. Inclusive, temos mercado consolidado, já garantido, que tem uma demanda desse cacau de qualidade. Nós temos a demanda, mas não tínhamos a oferta, e agora, com essa estrutura, vai deslanchar e começar a melhorar”, explica o assentado Adevandro dos Santos.

“Aqui, a gente consegue articular outras políticas públicas e programas de governo para que tenhamos sucesso. Vimos toda a cadeia produtiva do cacau, culminando na questão da produção do chocolate. Eles têm um mercado já organizado, têm o selo de certificação participativa, de orgânico e a Identificação Geográfica. Tudo isso agrega e valoriza o produto da agricultura familiar”, conclui Ana Cristina.

O Bahia Produtiva é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública ligada à SDR, e tem cofinanciamento do Banco Mundial.

Fonte: Ascom/SDR