Bahia tem mercado promissor e clima favorável para a produção de batata doce
Foto: Paulo Lanzetta

A Bahia tem o seu lugar quando se fala em produção de batata doce no Brasil. Com um grande número de municípios envolvidos nessa atividade, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao todo, 68 cidades baianas atuam na produção deste tubérculo. Um deles é Alcobaça, que está situado no extremo sul do estado, e lidera o ranking de produtividade, atingindo uma média de aproximadamente 13 mil quilos por hectare em 2022.

Em segundo lugar aparece Teixeira de Freitas, também no extremo-sul, que registrou uma produtividade média de 11,8 mil quilos por hectare no mesmo ano. Em seguida, na terceira posição, a cidade de Maragogipe, que apresentou uma produtividade média de 6,7 mil quilos por hectare.

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A batata doce é uma cultura que se adapta bem a uma variedade de condições climáticas, tornando uma opção atraente para os produtores baianos. A região nordeste do Brasil, incluindo a Bahia, oferece condições tropicais e subtropicais que são propícias para o cultivo dessa planta.

Tecnologia

A tecnologia de uma tese de doutorado aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos (PPGCAL), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está prestes a revolucionar a produção de batatas doces biofortificadas no nordeste baiano. A biofortificação de alimentos é uma técnica de melhoramento genético convencional que busca gerar plantas mais nutritivas por meio da seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie.

O clima quente e úmido da Bahia, com estações bem definidas de chuva e seca, é adequado para o desenvolvimento saudável da batata doce. Além disso, a prática de agricultura familiar, comum na região, contribui para o sucesso da cultura, promovendo o cultivo sustentável e a geração de empregos na comunidade.

Teste

A tese de doutorado de Cláudio Eduardo Cartabiano Leite desempenhou um papel fundamental na orientação do plantio dessas novas cultivares na cidade de Nova Soure, localizada na região nordeste da Bahia. A longo prazo, essa plantação será uma adição benéfica à alimentação dos estudantes da rede municipal da região.

A região nordeste da Bahia foi escolhida como área de teste ideal, devido às suas características geográficas semelhantes às do Malawi, o segundo maior produtor mundial de batata doce. Além do clima e da importância, a região é conhecida por sua prática de agricultura familiar, ou que se alinha com a proposta socioeconômica da safra.

A primeira colheita está prevista para o segundo semestre de 2023, com a possibilidade de que os produtos sejam destinados à merenda escolar na rede educacional de Nova Soure. Por enquanto, não há previsão de expansão do projeto para outros estados.

O pesquisador destacou que a escolha da batata-doce como objeto de estudo e foco da tecnologia se deve a vários motivos. “A batata doce é uma planta incrível, pertencente a um gênero com mais de 600 espécies, mas é a única capaz de fornecer um alimento altamente nutritivo para os seres humanos”, explicou.

A produção de batata doce na Bahia está em ascensão, com várias cidades liderando a produção e um mercado em expansão. As condições climáticas, o alto consumo interno e o potencial de exportação tornam a batata-doce uma cultura promissora para os agricultores e um alimento saudável para os consumidores baianos.

Fonte: Ascom/Seagri