Estudantes de Pau da Lima celebram pertencimento étnico-racial em sábado letivo
Foto: Divulgação

A cultura negra esteve na pauta dos estudantes da Escola Estadual Professora Armandina Marques, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, no sábado (25). Reunidos na unidade escolar, eles promoveram o “Aquilombar – coragem ousadia, independente das circunstâncias”, projeto que marca a culminância das atividades pedagógicas realizadas na terceira unidade, como parte das ações do Novembro Negro, tendo como foco a educação antirracista. Na oportunidade, foi, também, inaugurada a Biblioteca Escolar Diretora Marlene Nascimento e lançados livros produzidos pelos estudantes sobre o tema e uma edição especial do Jornal Armandina News sobre o projeto.

A secretária da Educação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro, foi conferir a exposição, resultado das pesquisas e da produção dos estudantes e que teve como referência 15 obras de autores negros contemporâneos com gêneros textuais variados. “Ao estar aqui e escutar essas falas, ver o material que foi produzido, percebo que nosso trabalho tem cola, fala com nossas escolas, dialoga com nossos estudantes e colhe engajamento, pertencimento de toda a comunidade escolar, incluindo as famílias. Aquilombar é uma forma que a Escola Armandina encontrou para estruturar um processo de empoderamento de sua comunidade”, afirmou.

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Emanuele Freitas da Silva e Ian Eduardo Alves dos Santos, ambos de 14 anos e estudantes do 9° ano, estavam afinados como mestres de cerimônia do evento. Juntos, eles também acreditam na luta por uma sociedade que seja inclusiva, acolha as diferenças, dê voz e vez aos que ainda não têm o espaço que merecem e seus direitos respeitados.

“O Aquilombar é uma oportunidade única de construção de conhecimento. Hoje, celebramos a importância da Consciência Negra, valorizamos a nossa cultura e, principalmente, damos mais visibilidade a uma literatura vibrante, representativa, que muito tempo permaneceu à margem”, ressaltou Emanuele.

Movimento em rede

A educação antirracista é trabalhada de forma multidisciplinar nas escolas estaduais da capital e do interior, indo além do movimento do Novembro Negro e das aulas de História, que, obrigatoriamente, pela Lei n° 10.639 (que está completando 20 anos), devem ensinar a cultura e a trajetória afro-brasileira. No Colégio Estadual Joaquim Inácio de Carvalho, do município de Irará, por exemplo, os estudantes realizaram, nesta semana, a I Mostra Cultural África Vive em Nós, que também teve como referência escritores negros, como Conceição Evaristo, Aluísio de Azevedo e Bárbara Carine, entre outros, para promover debates, recitais de poesia, apresentações musicais, desfile da beleza negra e exposição dos trabalhos dos alunos, a partir das obras literárias.

Fonte: Ascom/SEC