Foto: Divulgação

A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), em parceria com a Prefeitura de São Domingos e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), no último dia 31 de outubro, na cidade de São Domingos, território do Sisal, a sala “Elas à Frente”. O espaço funcionará na Rua José Policarpo, nº 50, das 8h às 12h, de segunda a sexta-feira, com uma advogada especializada para atuar na conscientização, sensibilização e encaminhamento das mulheres vítimas de violência e no projeto de autonomia econômica e financeira. Os atendimentos começam nesta quinta (9), logo após a capacitação realizada nesta quarta (8).

A cerimônia de inauguração comoveu os presentes e a sala foi batizada pela prefeitura com o nome de Juliana Rocha, vítima de feminicídio em abril deste ano, do próprio marido, Saulo Cunha Carneiro, que confessou o crime e responde também pela tentativa de homicídio da mãe da vítima.

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Para a Secretária Assistência Social de São Domingos, Erika Motta, a sala veio em um momento essencial, para a luta da proteção e defesa da mulher no município. “Agora, temos acolhimento, atendimento especializado e encaminhamento para garantir os direitos das mulheres”.

O espaço, que será mantido pela prefeitura, busca fornecer apoio prático e emocional às vítimas de violência doméstica, abuso sexual e outras formas de agressão, além de proporcionar capacitações profissionais e de empoderamento econômico e financeiro. A equipe da prefeitura, em parceria com SPM-BA, estará disponível para prestar assistência, esclarecer dúvidas e fazer os encaminhamentos para os serviços adequados, incluindo abrigos e órgãos da Secretaria de Segurança Pública.

Não é necessário agendamento prévio, e a equipe está pronta para receber todas as mulheres que necessitam de ajuda ou orientação em questões relacionadas a todo o tipo de violência de gênero. Para a Secretária Elisângela Araújo, da SPM, “chegar ao interior com uma sala de atendimento às mulheres ajuda na eliminação da violência, no monitoramento por parte do estado das ações, e também promove a inclusão socioprodutiva tão importante para que o ciclo de agressão e vitimização possa ser quebrado”.

Além do lançamento da Sala “Elas à frente”, a cidade de São Domingos recebeu, no mesmo dia, dois projetos da SPM-BA: “Oxe, me respeite na escola!” e “Campanha Sinal Vermelho”, essa última uma parceria com o Colégio Notarial do Brasil, seção Bahia.

O auditório do Centro Estadual de Educação Profissional do Semiárido (CEEP – Semiárido) ficou lotado para as atividades do projeto “Oxe, me respeite!” na Escola. Cerca de 100 estudantes das turmas do 1, 2 e 3 ano participaram da apresentação da mesa, que contou com o Prefeito de São Domingos, Ilário Carneiro, com a representante da APLB (Associação dos Professores Licenciados do Brasil – Secção da Bahia), a professora Eciene Araújo de Jesus, a Secretária de Educação de São Domingos, Jacierica Carneiro, do Diretor do CEEP, Anselmo Oliveira, e da Secretária Políticas para as Mulheres, Elisangela Araújo.

“Oxe, me respeite na escola” é um projeto que amplia o pensamento crítico da comunidade escolar através de dinâmicas pedagógicas que questionam as normas sociais geradoras da desigualdade de gênero. O objetivo dessa ação é diminuir os diversos tipos de violências contra meninas e mulheres para construir uma escola e uma sociedade mais justa, igualitária e humana. Além dos alunos e alunas das escolas e unidades educacionais da Bahia, o projeto vai contemplar toda a comunidade escolar (gestores, professores, funcionários, etc).

Logo após a apresentação do projeto, houve o lançamento da Campanha “Sinal Vermelho”, que ocorreu no mesmo auditório do CEEP – Semiárido e contou com a presença e o apoio da Desembargadora, Nágila Brito, do Presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Bahia – Tabelião de Notas da Comarca Santaluz, Giovani Gianellini, do Prefeito de São Domingos, Ilário Carneiro, que fizeram parte da mesa de abertura. Estiveram presentes também a Superintendente de Prevenção e Enfrentamento à Violência, Camilla Batista, e a Coordenadora de Enfrentamento à Violência, Daniella Dutra.

Para Gianellini, “a Campanha Sinal Vermelho no Combate à Violência contra a Mulher é uma iniciativa que se soma a outras experiências virtuosas de orientação ética e de igualdade de gênero. Infelizmente, a estrutura da nossa sociedade ostenta sólidas fundações machistas e misóginas e o resultado de uma sociedade com a prevalência dessa cosmovisão é a violência em todas as suas formas. Como todo ato desprezível, a violência contra a mulher deve ser considerada conduta intolerável, que, além das sanções de natureza criminal e civil, receba do escrutínio social a unanimidade da inadmissão e repulsa”.

A campanha é o resultado prático do trabalho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), das parcerias com as várias instituições e órgãos do estado, após a elaboração e estudo das ações emergenciais voltadas a ajudar as vítimas de violência doméstica durante a pandemia. A ideia central é que a mulher consiga pedir ajuda com um sinal vermelho desenhado na palma da mão, como uma alerta silencioso para se salvar do agressor e das agressões. Outras iniciativas como essas devem chegar às demais cidades da Bahia e aos 27 territórios de identidade, promovendo o respeito, educação, cuidado, acolhimento e encaminhamento para todas as mulheres vítimas de violência na Bahia.

Fonte: Ascom/SPM