Estudantes da rede estadual apresentam projeto de luvas biodegradáveis na 76ª Reunião da SBPC
Foto: Divulgação/SEC

Estudantes do 3º ano do curso técnico de nível médio em Análises Clínicas do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Sisal II, localizado no município de Araci, tiveram seu projeto selecionado entre os dez que serão apresentados na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá entre os dias 7 e 13 de julho na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.

Sarah Moura Cruz, 17 anos, e Isabel Silva Oliveira, 18 anos, irão apresentar o projeto “Produção de luvas a partir do bioplástico produzido através do sisal”. O trabalho será apresentado na 31ª edição da SBPC Jovem, que integra a programação da reunião anual da entidade.

Link Personalizado

📱💻Clique aqui e acesse o ba.gov.br. Informações do estado e diversos serviços, tudo em um só lugar.

As estudantes explicam que o projeto surgiu da necessidade de reduzir o lixo produzido pelas luvas utilizadas no laboratório da sua escola. “Nas aulas práticas do curso, percebemos um grande aumento de lixo ocasionado pelas luvas. Por elas serem de borracha, nos questionamos quanto tempo elas levavam para sua degradação no ecossistema. E, a partir daí, surgiu a ideia de produzir uma luva biodegradável, através do nosso ouro local, que é o sisal, já que em nossa cidade o produzimos em abundância”, disse Sarah.

Foto: Divulgação/SEC

Ela explica que a produção das luvas envolve a coleta do extrato puro do sisal no próprio local de desfibramento. Esse extrato é, então, adicionado a uma mistura de água destilada, polvilho, ácido acético, hidróxido de sódio e glicerina. A mistura é submetida a um agitador e aquecedor magnético até atingir a temperatura e consistência corretas. Posteriormente, o molde é impermeabilizado com talco e mergulhado no bioplástico. Finalmente, as luvas são secas pelo método casting, resultando em um produto biodegradável e sustentável.

As estudantes já conquistaram diversas premiações com o projeto, incluindo o Prêmio do Júri Popular no Solve for Tomorrow da Samsung; os prêmios pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), pelo Movimento Circular – um Mundo sem Lixo; e o de segundo lugar na categoria de Engenharia, na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da USP. O trabalho também foi escolhido para representar a Educação Profissional na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Além disso, recebeu prêmios nos seminários territoriais.

Foto: Divulgação/SEC

A participação das alunas na reunião da SBPC é motivo de orgulho para a comunidade do CETEP do Sisal II. A orientadora do projeto, Pachiele Cabral, compartilhou sua satisfação em ver o sucesso das suas estudantes. “Não há sentimento mais gratificante do que ver minhas alunas alcançando seus objetivos e prosperando em suas vidas. É a concretização de tudo que ensino e defendo: que o mundo é vasto e cheio de possibilidades e que, através da educação e da ciência, elas podem transformar suas realidades, resolver problemas e contribuir para o mundo. É uma alegria imensa saber que a educação pública de qualidade é capaz de fazer a diferença na vida das pessoas. O governo tem sido um parceiro na realização da divulgação científica do que produzimos na ciência, sempre ajudando com o deslocamento e as diárias”.

Sarah também expressou sua empolgação com a participação na SBPC. “Ver que um projeto desenvolvido por nós no 1° ano do Ensino Médio está chegando tão longe e as portas estarem se abrindo dá uma imensa sensação de gratidão. Com essa participação esperamos adquirir ainda mais conhecimentos com pessoas da nossa área e que sejam mais experientes, além de ouvir o pessoal da nossa idade, a experiência deles e se possível ajudar no que precisarem”.

Sobre a SBPC – A reunião, este ano, terá como tema “Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza”. A SBPC Jovem, categoria que as estudantes irão participar, contará com uma programação diária e gratuita, com exposições, mostras interativas, museus itinerantes, oficinas e muitas outras atividades.

Fonte: Ascom/SEC