Serviço AME do Hospital da Mulher atende vítimas expostas à violência sexual no Carnaval
Foto: Antonio Queirós/GOVBA

Em tempos de desafios e incertezas, a união de forças em prol do bem-estar social faz toda diferença. Um exemplo dessa colaboração é a parceria entre o Instituto Borboletas Guardiãs Sociais e o Programa Bahia.Estado Voluntário, uma aliança com o objetivo de transformar vidas e fortalecer a rede de apoio psicológico na Bahia. Idealizado pelo guarda municipal e psicólogo especialista em terapia cognitivo-comportamental, Antônio Carlos Lacerda, o Instituto Borboletas Guardiãs Sociais tem sido um porto seguro para muitos jovens e famílias que enfrentam desafios emocionais intensos.

Há três anos a unidade concede apoio psicológico gratuito, com foco na prevenção de doenças psicossomáticas, um problema crescente, especialmente entre os mais jovens. Com a pandemia, a demanda por atendimentos disparou, revelando uma necessidade urgente de intervenção e cuidado. “Nos tornamos referência em prevenção e combate ao suicídio. Tratávamos adolescentes que se auto-lesionavam e durante a pandemia esse número aumentou drasticamente. Lidamos diretamente com vidas, não havia a possibilidade de deixar para atender essas pessoas depois”, disse.

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Dados alarmantes

Um relatório desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou alguns dos impactos da covid-19 em crianças e adolescentes. Da pesquisa internacional feita em 21 países em 2021 – em média, um em cada cinco adolescentes e jovens entre 15 a 24 anos entrevistados (19%) revelou se sentir, muitas vezes, deprimido ou com pouco interesse em fazer as coisas.

Além disso, ainda de acordo com o Unicef, calcula-se que, globalmente, mais de um em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos viva com algum transtorno mental diagnosticado. Quase 46 mil adolescentes morrem por suicídio a cada ano, uma das cinco principais causas de morte nessa faixa etária.

Uma esperança para a saúde mental de crianças e adolescentes

O tratamento conta com uma metodologia diferenciada. Os atendimentos são feitos em áreas abertas, em contato com a natureza ou em praças de alimentação de centros comerciais, com o intuito de que a pessoa que está sendo acolhida perceba que existem outros ao seu redor. Conforme Lacerda, a ideia é integrar, tirando justamente a pessoa do isolamento mental imposto e a resgatando aos poucos à sua vida cotidiana, a alegria de viver.

“Quando atendemos em uma sala, o paciente tem a “falsa” impressão de estar seguro. Porém ao atravessar a porta, a depressão, o transtorno de ansiedade, a síndrome de pânico estão lhe esperando. Percebemos empiricamente que ao atender em um local aberto, a dinâmica é muito mais afetiva, existe uma quebra de crenças limitantes”, explicou.

Inicialmente, o Instituto Borboletas Guardiãs Sociais contou com o apoio da Guarda Civil Municipal que concedeu o espaço Parque Lagoa dos Pássaros, aos sábados, no bairro do Stiep, em Salvador, para os atendimentos gratuitos. Nessa época foram atendidas até cem pessoas por dia, o projeto surgiu devido a essa necessidade crescente.

Entenda como funciona a parceria entre o Programa de Voluntariado e o Instituto

O Instituto Borboletas Guardiãs Sociais tem à disposição a Plataforma Bahia.Estado Voluntário, ferramenta que faz parte das ações do Programa Bahia.Estado Voluntário, para cadastrar projetos e campanhas, solicitando voluntários para atuarem no acolhimento das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Ao captar voluntários, o Instituto Borboletas Guardiãs Sociais fica responsável pelo treinamento desse voluntário (a) e pela supervisão das suas atividades. Com essa parceria, o instituto adquire mais visibilidade para somar com essa corrente do bem.

É o que explica Kátia Camillo, coordenadora do Programa Bahia. Estado Voluntário. “O Projeto Borboletas Guardiãs Sociais tem sido uma referência para o programa de voluntariado na Bahia. A Instituição conta com mais de 42 voluntários da área da saúde que cuidam de crianças, jovens e adultos com ideações suicidas. São mais de 1.700 atendimentos por ano. Verificamos de forma tangível que a união de pessoas voluntárias pode ajudar a transformar realidades e salvar vidas” argumentou.

Cátia Torres é assistente social e voluntária há dois anos no Instituto Borboletas Guardiãs Sociais. Para ela, o voluntariado é uma maneira de fazer a diferença no mundo. “O voluntariado é uma forma de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e solidária”, refletiu.

Plataforma Bahia Estado Voluntário

Participar é fácil: cadastre-se na plataforma com seus dados pessoais, disponibilidade e áreas de interesse. Entidades públicas ou privadas também podem cadastrar projetos e informar suas necessidades de voluntários. Quando os dois lados coincidem acontece a intermediação.

Desenvolvido pela Secretaria da Administração (Saeb), o programa foi lançado em 2019 e já conta com mais de 23 mil voluntários e dois mil projetos cadastrados. Visite http://www.estadovoluntario.ba.gov.br e conheça essa iniciativa que promove a cultura do voluntariado.

Fonte: Ascom/Saeb