SJDH encerra campanha de combate ao tráfico de pessoas com atividade em comunidade quilombola
Foto:Divulgação-Ascom/ SJDH

O Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo – NETP, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), encerrou nesta quarta-feira (31), as ações da campanha ‘Coração Azul’, que visam o combate ao tráfico de pessoas. A atividade, no Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape, em Santiago do Iguape, município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, reuniu a comunidade escolar para discutir o tema. A ação envolveu 150 estudantes quilombolas em uma roda de conversa, que incluiu a leitura da revista temática ‘Sonho Perigoso’, editado pelo Instituto Maurício de Souza.

Lançado pela Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o Instituto Maurício de Souza, o gibi “Sonho Perigoso” conta a história de ‘Cebola jovem’. O garoto sonha em ser um ‘pro player’ (jogador profissional de jogos eletrônicos), interessado em participar de grandes competições e de receber altas remunerações. Até que um dia, ele recebe uma proposta tentadora, pela internet, e fica muito afeito a aceitar a oferta. Acontece que se trata de uma indicação falsa e ele quase cai em uma situação de tráfico de pessoas.

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Foto:Divulgação-Ascom/ SJDH

Em Santiago do Iguape, os alunos do Colégio Quilombola foram provocados a refletir sobre as possibilidades de qualquer pessoa, em busca da realização de seus sonhos, vir a se envolver em uma situação semelhante à de Cebola. O tráfico de pessoas é uma grave violação de direitos humanos. Portanto, o gibi tem o objetivo de sensibilizar e prevenir crianças, adolescentes, pais e educadores sobre os perigos desse crime.

No final da história, a publicação traz recomendações sobre como reagir a propostas enganosas de emprego e divulga o ‘Disque 100′ e o ‘Ligue 180’, principais canais oficiais de denúncia. A produção das revistas contou também com apoio da Organização das Nações Unidas, por meio da Agência da ONU para as migrações (OIM) e do Escritório das Nações e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Foto:Divulgação-Ascom/ SJDH

“Avaliamos que a campanha teve bons resultados, através das diversas ações desenvolvidas no mês de julho”, destacou a coordenadora do NETP, Hildete Nogueira, lembrando que, além da iluminação azul dos prédios públicos, foram veiculadas campanhas nas redes sociais; feitas mobilização nas escolas, na rodoviária de Salvador, nos estádios de futebol e na caminhada do ‘Julho das Pretas’.

“Conseguimos também divulgar a campanha Coração Azul em diversos meios de comunicação e agora precisamos continuar fortalecendo a pauta durante o ano inteiro”, completou Nogueira, informando que o NETP da Bahia funciona no Casarão da Diversidade, na Rua do Tijolo, 8, Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, onde as pessoas podem denunciar o tráfico de pessoas e o trabalho escravo, assim como buscar orientação e apoio.

Foto:Divulgação-Ascom/ SJDH

Mulheres Negras

Houve ainda a exposição fotográfica ’25 de Julho, 25 Mulheres Negras, latino-americanas, caribenhas e diaspóricas – trajetórias corajosas de luta pela liberdade e de resistência contra o ódio racial e outras violências’ no foyer do prédio da SJDH. Lutas ancestrais e contemporâneas, que convergem entre si na encruzilhada do enfrentamento às violações de direitos humanos, traçando uma caminhada histórica que conecta Tereza de Benguela à Elza Soares, Maria Felipa à Carolina Maria de Jesus, Sanité Belair à Luiza Bairros, e outras tantas à muitas outras – cada qual influenciando, por sua vez, a sua própria época, mas ecoando amplamente através dos tempos.

A Exposição ‘25 de julho, 25 mulheres: Negritudes, Circularidades e Resistências pela Liberdade’ é uma das contribuições da SJDH para os debates que envolvem as campanhas ‘Julho das Pretas’ – que coloca na centralidade do debate público as demandas, o pensamento e a militância de mulheres afrodiaspóricas na luta contra o racismo e o patriarcado -, e ‘Julho Coração Azul’ – uma convocação à toda a sociedade para o fortalecimento no combate ao tráfico de pessoas, que, infelizmente, ainda vitimam, predominantemente, corpos negros. Neste encontro, destacamos a potência libertadora envolvida nas ideias e ações de cada uma das homenageadas – em nome das quais homenageamos a todas as mulheres negras da diáspora africana no mundo.

Fonte: Ascom/SJDH