Seminário debate educação bilíngue para pessoas surdas e narrativas autobiográficas
Foto: Divulgação/Ascom SJDH


A Superintendência dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Sudef), instância da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), participou nesta quarta (18), do ‘I Seminário em línguas de sinais do campus II da Uneb: Confluências interseccionais entre os estudos surdos, raça e gênero’ e do ‘IX Seminário da Aesos: Narrativas (Auto)Biográficas Surdas’. Realizadas na sede da Associação Educacional Sons do Silêncio – (Aesos), em Salvador, as atividades integram a agenda do ‘Setembro Verde’, campanha estadual alusiva ao mês de luta da pessoa com deficiência.

O evento segue até sexta (20), no Campus II da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e traz palestrantes surdos do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Salvador e Sergipe, abordando questões relacionadas à educação bilíngue e inclusão. São esperados cerca de 350 participantes no seminário, que dialoga também sobre a parceria da Aesos com a Uneb, que visa a implementação do curso de Letras com ênfase em Libras (Língua Brasileira de Sinais), no campus de Alagoinhas. Na parceria, a Aesos disponibiliza o Centro Educacional Sons do Silêncio como laboratório para os alunos do curso.

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Foto: Divulgação/Ascom SJDH

O superintendente dos direitos da pessoa com deficiência, Alexandre Baroni, destacou a relevância do seminário para dialogar sobre a educação de pessoas surdas. “Estamos em mais uma atividade proposta pelo Setembro Verde e aqui, na Aesos, dialogamos com a comunidade sobre a educação bilíngue, que é uma discussão complexa, mas que precisa ser feita, uma vez que há o desejo e interesse da comunidade para efetivação da Libras em todos os espaços. Garantir esses espaços e maior acesso aos direitos das pessoas com deficiência é um compromisso da SJDH”, destacou.

“Este seminário reflete nosso compromisso contínuo com a defesa da educação bilíngue para pessoas surdas no Estado e celebra as vozes e experiências que têm contribuído para transformar a realidade educacional dessas pessoas. Ao longo desses nove anos, realizamos diversos debates e diálogos sobre temas relevantes à educação de surdos no Estado”, ressaltou a diretora da Aesos, Márcia Lemos.

Foto: Divulgação/Ascom SJDH

A educação bilíngüe promove o acesso à justiça social e garante direitos, permitindo que a comunidade surda tenha conquistas cada vez mais efetivas em diferentes esferas sociais. Erliandro Félix Silva, 44, foi palestrante no evento e contou sobre sua história, desde a alfabetização, aos 20 anos, até o ingresso no doutorado aos 44.

“Sou uma pessoa surda e comecei a estudar a primeira série aos 20 anos. Hoje, com 44, estou no doutorado em Ciências Humanas e Sociais. Infelizmente, não tive acesso à educação em Libras como os alunos da Aesos têm agora. O acesso à educação bilíngüe permite garantias em outras áreas como justiça e saúde, tão importantes para a comunidade surda. Venho de uma família que não sabe Libras e enfrentei muitas dificuldades, mas consegui passar em um concurso no Instituto Federal de São Paulo e me tornei o primeiro estudante preto e surdo no doutorado da Universidade Federal do ABC (UFABC)”, comentou.

Foto: Divulgação/Ascom SJDH

Setembro Verde

Com ápice em 21, Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, a campanha ‘Setembro Verde’ foi criada pela Lei 14.560, sancionada pelo Governo do Estado em 2023. Neste ano, o calendário de eventos e ações foi ampliado, envolvendo diversas áreas de governo e da sociedade civil no sentido da defesa e promoção dos direitos deste grupo prioritário.

Fonte: Ascom/SJDH