Entre strikes, precisão e muita técnica, Taça Bahia de Boliche acontece neste final de semana, com apoio da Sudesb
Foto: Maurício Viana/Ascom Sudesb

“Boliche é repetição e precisão”. Com base neste lema, o presidente da Federação Baiana de Boliche (FBBol), Ricardo Nakamura, resume a modalidade que para muitos é recreação, mas para alguns é competitivo. Isso será, inclusive, posto à prática neste final de semana. A Taça Bahia de Boliche 2024, evento válido para o ranking nacional, acontece entre sexta-feira (11) e domingo (13), no Boliche Paralela, no Shopping Paralela.

Com o apoio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o torneio nacional será realizado pelo segundo ano consecutivo na variação de duplas. Nesta edição, estarão presentes atletas de sete estados brasileiros (Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Catarina). Eles competem a partir das 8h às 13h no turno da manhã, enquanto à tarde é das 14h às 19h.

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Foto: Maurício Viana/Ascom Sudesb

“O boliche não é tão divulgado no Brasil. Mas, tem estudos que apontam que é o segundo esporte mais praticado no mundo, depois do futebol. Tem localidades, como os Estados Unidos, que são gigantescas as quantidades de pistas e competições. Chegou a ser olímpico. Mas assim, nosso objetivo é difundir mais para ficar mais competitivo”, afirma Ricardo.

O presidente da FBBol também destaca a importância do apoio da autarquia estadual: “é muito importante esse apoio porque temos hoje uma federação pequena. Nós buscamos a cada dia conseguir aumentar, difundir mais o boliche e competir inclusive com times de fora. Nós temos atletas que estão indo para o Pan-americano. Com essa ajuda, vemos realmente o fomento a um esporte competitivo e inclusivo”.

Foto: Maurício Viana/Ascom Sudesb

Formato e materiais

Os competidores vão disputar 20 linhas (rodadas) – sendo sete no primeiro dia, sete no segundo e seis no último – em três divisões (duas masculinas e uma feminina), com cortesia de pista, quando três atletas disputam em uma, enquanto a do lado fica vaga, alternando-se. Inclusive, até a forma de passar óleo na pista (o condicionamento), realizada antes de cada turno, segue um padrão oficial diferente do usual para aqueles que praticam a atividade no dia a dia de forma lúdica no local.

Dentre essas e outras especificidades, a prática competitiva difere da recreativa. A bola, que é material particular de cada participante no torneio oficial, também possui diferenças na preparação antes de encontrar os dedos e a tábua, mesmo com um peso quase padrão de 15 libras. A superfície de umas é mais lixada ou polida do que as outras, podendo aperfeiçoar antes e durante as rodadas para se adequar, seja com a lixa para maior aderência ou material específico para polir, ficando mais rápida e com mais giro.

As táticas de adequação à medida que o óleo espalha pela pista também são muito utilizadas pelos atletas, como mirar a seta da tábua, perceber os breaking points (divisão de onde está com óleo para onde está sem) e ter precisão nas curvas em ambos lugares: “precisamos repetir a velocidade da bola, tanto reta ou curvada. É precisão e tática usada. O padrão é derrubar o pino”.

Membro fiel dos treinamentos semanais da FBBol, André Cordeiro está na preparação do torneio para conseguir ter um bom repertório de jogadas e seguir o padrão de derrubar o máximo de pinos possíveis. Ele vai disputar a segunda divisão, que já foi campeão em anos anteriores e segundo colocado geral ano passado, quando participava mais assiduamente do calendário de competições das “Taças” – eventos organizados pelas federações de cada estado com pontuação nacional, assim como a Taça Bahia.

“Estou muito confiante. Estou conversando com meu parceiro que temos muitas chances de até sermos campeões. Acho muito importante, toda vez que for jogar, preparar o equipamento para as diferentes condições de pistas. Nos campeonatos, eu sempre deixo uma bola separada para a terceira linha e tentar manter um nível de jogo ao longo de todas as linhas do campeonato”, comenta André, que já estava lixando e polindo seus equipamentos, inclusive a borracha (que trava e dá impulso) e a lixa (que desliza) nos solados dos sapatos dos pés dominantes e não, respectivamente.

Baianos

Buscando trazer mais adeptos e benefícios para o boliche da Bahia, os baianos foram isentos da inscrição na competição, segundo Fábio. Por isso, as expectativas são fortalecer o esporte para os baianos melhorarem o nível e competirem de igual a igual com o resto do país, melhorando o resultado do ano passado.

“No último evento, o Pernambuco acabou sendo campeão aqui. Mas, esse ano, a gente não quer deixar, não. Nós temos quatro duplas bem competitivas, divididas entre primeira e segunda divisão. E tem o feminino também, que a gente fez chegar e tenta ganhar todas as divisões. Vamos medalhar”, comenta.

O convite de Ricardo para possíveis novos interessados conhecerem a modalidade e começarem a praticar é estendido com o fator inclusivo: “é um esporte que qualquer pessoa pode jogar. O esporte requer muita técnica. Mas, a nível de competitividade, qualquer pessoa pode ir se se dedicar. Tudo é treino. Cada um pode jogar do seu jeito, seguindo as regras, como de não ultrapassar a linha. O regramento vai sendo aprendido à medida que vai praticando. É um esporte com pessoas desde juvenis até maiores de 70 anos. É para família, como temos no nosso caso aqui. Com esse esporte, podemos incluir todo mundo”.

Fonte: Ascom/Sudesb