IBGE mantém previsão de queda para safra de grãos 2024 e Conab estima safra recorde para ciclo 2024/2025
Foto: Mateus Pereira/GOVBA

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao mês de setembro de 2024, com dados sistematizados e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), estima uma produção de cereais, oleaginosas e leguminosas de 11,3 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 6,8% na comparação com a safra de 2023.

Após a produção recorde de grãos em 2023, tanto o IBGE como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam uma produção menor de grãos na Bahia, em 2024, devido ao fenômeno El Niño, que afetou negativamente as condições climáticas, prejudicando algumas regiões produtoras no estado. Assim, destaca-se, entre os grãos, a queda em dois dos principais produtos agrícolas do estado: soja e milho. Em sentido contrário, apesar das dificuldades climáticas, estima-se novo recorde de produção do algodão no estado.

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Plantio de soja
Foto: Aiba

Para o ciclo 2024/2025, a estimativa da Conab é positiva. A expectativa é de aumento na produção, na área plantada e na produtividade dos grãos. Soja e milho se destacam na produção deste novo ciclo.

De acordo com o IBGE, as áreas plantadas e colhidas estão estimadas em 3,54 milhões de hectares (ha), a mesma em relação à safra de 2023. Assim, o rendimento médio esperado (3,20 toneladas/ha) da lavoura de grãos no estado da Bahia é 7,0% aquém da safra anterior.
O volume de soja a ser colhido pode alcançar 7,53 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 0,4% sobre o verificado em 2023. A área plantada com a oleaginosa no estado está projetada em aproximadamente 2,0 milhões de ha.

IBGE e Conab preveem queda na safra de grãos da Bahia em 2024
Foto: Ascom/Seagri

As duas safras anuais do milho, estimadas pelo IBGE, podem alcançar 2,25 milhões de toneladas, o que também representa declínio de 27,3% na comparação anual. Com relação à área plantada, houve queda de 15,4% em relação à estimativa da safra anterior de 698 mil ha. A primeira safra do cereal está projetada em 1,55 milhão de toneladas, 34,0% abaixo do que foi observado em 2023. Já o prognóstico para a segunda safra é de um recuo de 6,1% em relação à colheita anterior, totalizando 700 mil toneladas.

Para a lavoura do feijão, espera-se recuo de 5,2% na comparação com a safra de 2023, totalizando 226 mil toneladas. O levantamento tem estimativa de 380 mil ha plantados, 8,9% menor que a safra anterior. Estima-se que a primeira safra da leguminosa (137 mil toneladas) seja 4,5% inferior à de 2023, e que a segunda safra (89 mil toneladas) tenha uma variação negativa de 6,4%, na mesma base de comparação.

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Foto: Ascom/Aiba

Outro importante produto da safra baiana, o algodão (caroço e pluma), está com a produção estimada em 1,77 milhão de toneladas, o que representa aumento de 1,6% em relação ao ano passado. A área plantada com a fibra aumentou 4,4%, alcançando 380 mil ha em relação à safra de 2023.

Para a lavoura da cana-de-açúcar, o IBGE estimou a produção de 5,54 milhões de toneladas, revelando aumento de 1,3% em relação à safra de 2023. A estimativa da produção do cacau, por sua vez, ficou projetada em 123 mil toneladas, apontando um avanço de 2,7% na comparação com a do ano anterior.

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Foto: Ascom/Seagri

Em relação ao café, está prevista a colheita de 249 mil toneladas este ano, 0,9% acima do observado no ano passado. A safra do tipo arábica está projetada em 104 mil toneladas, com variação anual de 3,3%. Por sua vez, a safra do tipo canéfora teve previsão de 145 mil toneladas, 0,7% abaixo da colheita do ano anterior.

Na fruticultura, destacam-se as estimativas das lavouras de banana (920 mil toneladas), laranja (628 mil toneladas) e uva (62 mil toneladas) que, registraram, respectivamente, variações de 0,7%, -1,0% e -5,4% em relação à safra anterior.

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Foto: Divulgação

O levantamento ainda indica uma produção de 925 mil toneladas de mandioca, 1,4% menor que a de 2023. A produção de batata-inglesa, estimada em 335 mil toneladas, apresenta acréscimo de 0,9%; e a do tomate, estimada em 182 mil toneladas, aponta alta de 1,5% na comparação com a do ano anterior.

Projeção

A Conab, em seu primeiro levantamento de 2024/2025, estimou uma produção de 13,1 milhões de toneladas de grãos – o que representa um avanço de 5,5% em relação ao ciclo 2023/2024.

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Foto: Divulgação

Com relação à área plantada, observa-se uma ampliação de 2,0% na mesma base de comparação, o que alcança uma área de 3,86 milhões de ha. Assim, o rendimento médio do conjunto das lavouras pesquisadas deverá ficar em torno de 3,41 toneladas/ha.

A soja, segundo a Conab, deve apresentar um novo ciclo de alta, com aumento da área plantada, com crescimento de 3,1% em relação à temporada passada, alcançando um total de 2.041 mil ha. Por sua vez, a produção deve avançar em 5,6%, para 7,90 milhões de toneladas na atual temporada, em comparação com o ciclo anterior. Com isso, a produtividade estimada é de 3,87 toneladas/ha, a maior do país, representando aumento de 2,5% em relação à safra anterior.

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Foto: Ascom/Seagri

Com relação à safra de milho, a expectativa é de que a safra atual seja bem maior que a anterior, totalizando 3,20 milhões de toneladas. As principais contribuições proveem da primeira (1,91 milhões de toneladas) e da terceira (1,15 milhões de toneladas) safra do cereal. Em seu conjunto, a produção de milho, no estado, apresenta previsão de aumento de 8,1% em relação ao período anterior. De acordo com análise da Conab, há uma expectativa da redução da área de cultivo devido à rentabilidade do cereal, devendo estas áreas migrarem para o cultivo de soja e algodão.

A produção de algodão está estimada em 1,70 milhão de toneladas, plantado em 357 mil ha, o que representa um crescimento de 3,3% em relação ao ciclo 2023/2024.

Foto: Alberto Coutinho

A expectativa negativa está associada à produção de feijão, devido à escassez de chuvas no mês de setembro. O volume estimado é de 343 mil toneladas (plantado em 431 mil ha) e representa uma redução de 3,2% em relação ao ciclo 2023/2024.

Fonte: Ascom/SEI