Fonte: Asscom/Uesb

Você sabia que a Bahia é o estado brasileiro com a maior população quilombola do Brasil? Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 1.800 localidades quilombolas baianas, totalizando cerca de 400 mil pessoas. Nesse cenário, Vitória da Conquista aparece com 33 comunidades quilombolas registradas na Fundação Cultural Palmares, a grande maioria localizada na zona rural.

É o caso das comunidades de Maria Clemência e Oiteiro, que vêm recebendo o projeto de extensão “Atenção à saúde aos moradores de comunidades quilombolas de Vitória da Conquista: da prevenção ao diagnóstico de doenças crônicas”, conhecido, nas redes, como “Saúde nos Quilombos”. Localizadas em regiões distantes dos centros onde os serviços de saúde tendem a ser mais acessíveis, essas comunidades reúnem, aproximadamente, 3500 pessoas.

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Coordenada pelo professor Raphael Queiroz, do Departamento de Ciências da Saúde (DCS), a ação surgiu em 2016 e foi retomada, neste ano, com uma abrangência maior de atividades. Por meio de ações dentro das próprias comunidades, o projeto atua não só com atividades educativas e preventivas, mas também realiza exames laboratoriais, diagnósticos e, quando necessário, encaminhamentos para tratamento gratuito dessa população, com regulação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Asscom/Uesb

Neste primeiro momento, o “Saúde nos Quilombos” atuará com as Doenças Crônicas Não Transmissíveis, com foco nas metabólicas, que são a diabetes mellitus e a hipertensão. Segundo a coordenação do projeto, estudos já apontam que a maioria da população que apresenta essas duas doenças são pessoas pretas, sendo o fator genético uma variável importante nesses casos. Além disso, a ação rastreia outras doenças, por meio dos questionários aplicados nos primeiros contatos com essas comunidades, identificando, por exemplo, os cânceres.

Os encontros com as comunidades são feitos quinzenalmente e as atividades serão realizadas até o fim de 2025.

Fonte: Asscom/Uesb

Doença rara – Outro levantamento feito pelo projeto, a partir de uma alta propensão genética já estudada, é quanto à anemia falciforme, doença de origem hereditária, que tem relação direta com a afrodescendência e que causa infecções, dores, fadiga, entre outros sintomas. Pessoas com anemia falciforme apresentam uma deformação das hemácias, transformando-as de redondas para o formato de foice, o que vai impactar, por exemplo, na circulação e oxigenação do corpo.

Além dos indivíduos com a doença, cerca de 2 a 8% da população apresentam o traço falciforme, que é aquele com a característica genética, mas que não apresenta os sintomas, nem desenvolve a doença. Quando duas pessoas com esse traço geram um filho, as chances de ele nascer com a anemia falciforme é de 25%. Com isso, o projeto visa identificar esses indivíduos na comunidade e alertar em relação aos riscos, especialmente no que diz respeito aos casamentos consanguíneos.

A equipe do projeto é formada por professores e estudantes do curso de Medicina da Uesb, campus de Vitória da Conquista, bem como do Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Bioquímica e Biologia Molecular. Além disso, conta com o apoio do Laboratório Central de Vitória da Conquista, que integra o Hospital Municipal Esaú Matos, bem como da Secretaria Municipal de Saúde da cidade. Mais informações, acesse o Instagram do projeto.

Fonte: Asscom/Uesb