Foto: Marvin Kennedy -Ascom/IAT

Representantes da sociedade civil e atores sociais de diversos segmentos, dos 27 Territórios de Identidade baianos, juntam-se a representantes do poder público, nesta sexta-feira (6), no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador, para a realização da IV Conferência Estadual dos Colegiados Territoriais de Desenvolvimento Sustentável (Cecter). Com o tema 10 anos da Lei 13.214/2014: projetando o futuro da Política de Desenvolvimento Territorial, o evento, que marca uma década da promulgação da legislação que estabelece as diretrizes da política territorial no estado, visa refletir sobre os avanços, desafios e perspectivas da política de desenvolvimento territorial.

Na ocasião, além da discussão sobre a trajetória da política, serão eleitos novos membros do Conselho Estadual de Desenvolvimento Territorial (Cedeter). O evento busca ampliar o debate, tanto com a sociedade quanto com os poderes públicos, sobre o fortalecimento da Política Estadual de Desenvolvimento Territorial. Serão discutidas estratégias para aprimorar a colaboração dos colegiados territoriais na execução de políticas públicas e incentivar a atuação de municípios, consórcios públicos e setores econômicos na implementação de políticas que favoreçam o desenvolvimento territorial na Bahia.

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O secretário estadual do Planejamento, Cláudio Peixoto, destaca a importância da Lei nº 13.214/2014 para a política territorial da Bahia. “A lei representa um marco na forma de planejar e executar as políticas públicas no estado, promovendo um modelo que integra espaços de participação social e assegura uma significativa representação da sociedade civil organizada por meio dos Colegiados Territoriais”, afirmou.

Foto: Ascom/ SDR

Peixoto também enfatiza que, para que os objetivos da Lei sejam plenamente alcançados, ainda são necessários ajustes institucionais e estratégicos. “A Bahia, com suas características geográficas e socioeconômicas diversas, precisa continuar investindo em um planejamento territorial que leve em consideração as especificidades de cada território, buscando promover um desenvolvimento inclusivo, sustentável e equitativo”, completou.

Segundo Thiago Xavier, Coordenador Executivo de Planejamento Territorial da Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan), a Lei nº 13.214/2014 foi criada com o objetivo de promover um desenvolvimento territorial sustentável e solidário, valorizando as potencialidades regionais e reduzindo as desigualdades. “A política busca articular as ações públicas, privadas e da sociedade civil, com ênfase na descentralização dos investimentos e na gestão participativa”, explicou.

O coordenador também destacou a grande heterogeneidade territorial da Bahia, o maior estado da região Nordeste, com suas disparidades marcantes entre as zonas metropolitanas, as regiões semiáridas e as áreas de fronteira. Ele ressaltou que a Lei foi estruturada para proporcionar uma abordagem integrada e territorializada do desenvolvimento, visando superar os desequilíbrios históricos em investimentos e oportunidades.

Balanço

A Secretaria do Planejamento entende que após 10 anos de implementação do marco legal da política territorial, alguns avanços são evidentes, como o fortalecimento dos Colegiados Territoriais (CODETERs). A criação e consolidação desses colegiados permitiram a articulação de lideranças locais e regionais na formulação e monitoramento de políticas públicas. Esses colegiados têm sido fundamentais para garantir uma abordagem participativa no planejamento territorial.

Outro importante avanço, segundo o coordenador de Governança Territorial, Vanduy Cordeiro, foi a elaboração dos Planos Territoriais de Desenvolvimento Sustentável (PTDS). Todos os Territórios de Identidade da Bahia elaboraram seus planos, que serão atualizados em 2025, em parceria do Governo da Bahia com o Pnud, promovendo uma visão estratégica que integra os aspectos econômico, social e ambiental. Esses planos têm sido fundamentais para a implementação de políticas públicas, como as voltadas para a agricultura familiar, o turismo sustentável, a infraestrutura, a saúde e a preservação ambiental.

Para Cordeiro, a integração das políticas setoriais também é um reflexo da Legislação. “A lei tem permitido uma maior integração entre políticas setoriais (saúde, educação, infraestrutura) com enfoque territorial. A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por exemplo, tem desempenhado papel central no fomento a cadeias produtivas locais, especialmente no semiárido”, avalia.

Desafios

Alguns desafios persistem para o fortalecimento da política territorial na Bahia. A desigualdade regional continua sendo um dos principais obstáculos. A distribuição de recursos, apesar de avanços, ainda é insuficiente para promover uma transformação estrutural nesses territórios. A desarticulação entre os diferentes níveis de governo é outro desafio. A efetiva implementação da política territorial exige uma maior coordenação entre os governos estadual, municipal e federal.
Dentre as ações estratégicas para o avanço da política territorial na Bahia, destacam-se o aprimoramento da governança territorial, a integração com novas tecnologias e inovação social, a promoção do desenvolvimento sustentável e a gestão das mudanças climáticas, além da diversificação econômica e do fortalecimento das cadeias produtivas locais.

Como novidade para 2025, além dos novos PTDS, a gestão estadual aposta na Agenda de Participação Territorial, uma matriz com todas as políticas públicas estaduais que são executadas em parceria com os Colegiados. Essa Agenda é um instrumento novo que visa organizar e empoderar os territórios, permitindo a Bahia dar um salto de qualidade em uma política que já é reconhecida nacional e internacionalmente.

Fonte: Ascom/Seplan