A Galeria Solar Ferrão, unidade do Centro Cultural Solar Ferrão no Pelourinho, apresenta na próxima sexta-feira (4), às 19h, a performance poética de Arnaldo Antunes, Walter Silveira e Fernando Laszlo. A atividade é um desdobramento da exposição ‘Luzescrita’, que atualmente reúne na mesma Galeria, o resultado do trabalho dos três artistas. A apresentação contará com leituras experimentais de poesias de Walter Silveira (um dos pioneiros da videoarte no Brasil) e de Arnaldo Antunes, com participação do fotógrafo Fernando Lazslo, por meio de intervenções visuais.

Arnaldo e Walter levarão poesias inéditas para a performance, além dos poemas que serviram de base para a criação de Luzescrita. Walter destaca que a poesia do evento não estará só nas formas escritas e faladas, mas, também, na visualidade proposta por Fernando Laszlo, apresentando um vídeo com fotos dos espaços da exposição e dos poemas expostos.

Obras inéditas
Tuzé de Abreu será o convidado musical, fazendo a ambiência sonora a partir de instrumentos de Walter Smetak, também expostos no Centro Cultural Solar Ferrão. Para Daniel Rangel, diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), a atividade é um ótimo e acertado desdobramento para uma exposição tão estreitamente ligada à poesia, além de ser, também, uma nova chance para a cidade interagir com um trabalho artístico de qualidade. “Teremos mais uma oportunidade para entrar em sintonia com as ideias irreverentes destes artistas que, mais uma vez, trazem poesia e contemporaneidade ao espaço do museu”, declara o diretor.

Em Luzescrita, os três artistas assinam – juntos – obras inéditas, criadas a partir de poemas escritos por Walter e Arnaldo, fotografados por Fernando Laszlo e transformados em objetos e instalações pelos três artistas.

Além do habitual
Arnaldo Antunes trará a habilidade de experiências anteriores, como a performance poética realizada na exposição ‘Roteiro para Visitação’, de Carlito Carvalhosa, em maio de 2010, no Palácio da Aclamação. Neste tipo de trabalho, o artista costuma utilizar vários registros e usos da voz: falada, declamada, musicada e envolvida em outros tantos efeitos que improvisa na apresentação.

De acordo com o músico, a performance poética que eles pretendem realizar nada mais é que um “complemento e diálogo” para a exposição. Arnaldo explica, ainda, que, nesse caso, “o que amarra tudo é a própria poesia e o desejo de experimentar com a palavra e com o visual. A ideia é trazer a poesia para outros suportes para além do habitual. E tudo isso com certeza atrai um público interessado nessa linha experimental”.

Sobre a exposição ‘Luzescrita’, complementa o músico-poeta: “são dois poetas e um fotógrafo que se unem para criar soluções originais e transformar poemas nas imagens que compõem esta exposição”. Nas imagens, concebidas por todos os três artistas e clicadas por Fernando Laszlo, a luz é utilizada para “escrever” e dar forma aos poemas. “A gente vem trocando ideia desde 2001, quando surgiu o projeto de fazer fotografias dos poemas através de uma escrita luminosa”, conclui Fernando.