Experiência de polícia comunitária em Bogotá e Rio de Janeiro é discutida em Salvador

Antes da primeira Base Comunitária de Segurança ser inaugurada, nesta quarta-feira (27), no bairro do Calabar, em Salvador, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) promoveu, nesta terça (26), no Hotel Pestana, no Rio Vermelho, um painel para intercâmbio das boas práticas aplicadas no País e no exterior.

A boa aceitação na implantação das unidades nestes locais refletiu na elaboração do evento, que teve como tema ‘Polícia Comunitária em Áreas Conflagradas: Experiências em Bogotá e do Rio de Janeiro’. A iniciativa reuniu policiais militares e civis e buscou uma participação maciça de servidores que atuarão também em ações sociais, na área de lazer e trabalho, com o objetivo de retirar os jovens do mundo do crime.

Segundo o secretário Maurício Barbosa, a metodologia empregada na Colômbia está sendo aperfeiçoada, a exemplo do programa Ronda nos Bairros e do policiamento comunitário. “O evento pretende discutir as soluções aplicadas nesses locais, entender o que se passou e efetuar um estudo das ocupações, aplicando a nossa realidade”.

As práticas consideradas universais serão aplicadas no estado com a intenção de garantir uma ocupação eficaz e permitir a retirada do território do narcotráfico para viabilizar o desenvolvimento de ações sociais em bairros antes dominados pelo crime organizado. “Precisamos mostrar qual é a importância de estabelecer mais bases comunitárias dentro de uma política de segurança pública do Estado da Bahia”, afirmou o secretário.

O consultor do programa de desenvolvimento das Nações Unidas e ex-secretário de segurança de Bogotá, Hugo Acero, avaliou o projeto de polícia comunitária como positivo, mas, segundo ele, paralelo à medida, deve haver políticas que fortaleçam o desenvolvimento social e permitam a segurança e o bem-estar da sociedade.

“Eu creio que a problemática seja a mesma da Colômbia. Temos quase a mesma topografia e o mesmo problema – o narcotráfico. Só vamos conseguir enfrentar o problema com a presença unificada da polícia, Justiça e programas de desenvolvimento social”, disse o ex-secretário da Segurança Pública de Bogotá.

Pacto pela Vida

A instalação das bases comunitárias também é uma das ações integradas do programa Pacto pela Vida, que, por meio do painel, possibilitou que experiências de sucesso fossem compartilhadas. De acordo com delegado federal do Rio de Janeiro, Antônio Roberto Cesário de Sá, é preciso ter coragem para implantar um projeto como este e fazê-lo uma política de estado, que seja permanente, duradoura e possa ser multiplicada.

“A inauguração da unidade do Calabar é uma reconquista de território, uma estratégia utilizada por, nós, do Rio de Janeiro, de devolver a região para os seus verdadeiros donos, que são os moradores, e restabelecer a paz e a tranqüilidade públicas para quem mora, trabalha ou simplesmente passa pela região”, afirmou o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da SSP do Rio de Janeiro, Cesário de Sá.