Após rodada de negociações com representantes do Governo do Estado, as lideranças do Movimento de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (Ceta), Pastoral Rural e Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) foram recebidas pelo governador Jaques Wagner, nesta quinta-feira (19), na sede da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), encerrando a manifestação de 10 dias na Secretaria da Agricultura (Seagri).

A discriminação das terras públicas – passo fundamental para viabilização da reforma agrária –, a criação de uma política de educação no campo, e a consolidação de um convênio entre governo estadual e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foram os três principais pontos de uma pauta de negociações com cerca de 40 reivindicações. Segundo a representante do Ceta, Ednólia Menezes, os três movimentos saem com uma sensação de que foram atendidos.

“Queríamos estabelecer um diálogo com o governador, o que foi possível. Temos consciência de que as demandas são amplas, mas que serão atendidas de forma parcial. Isso não impede que deixemos de pontuar o que é importante, a exemplo da reforma agrária no estado”, afirmou Ednólia Menezes, que ocupou, desde o dia 9 de maio, com aproximadamente 1,2 mil trabalhadores, as dependências do prédio e a área externa da secretaria.

Para o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, a finalização das negociações coloca como prioridade a inclusão produtiva, buscando avançar ‘até onde o braço alcança’. Áreas como educação, saúde, infraestrutura e agricultura fizeram parte da pauta. “Especificamente na minha área, escolhemos cadeias produtivas como o leite, ovinocaprinocultura e a mamona, que foram escolhidas como prioritárias, e eles é que vão indicar quais potenciais assentamentos para cada uma delas e vamos trabalhar a produção”.

O secretário das Relações Institucionais, Cezar Lisboa, disse que o momento é propício, pois o mês de abril é uma data simbólica. Para ele, o diálogo democrático teve como princípio o fortalecimento da agricultura familiar e do reforço aos assentamentos. “Para que isso se torne realidade é preciso trabalhar com a produção agrícola e pecuária, permitindo o acesso aos equipamentos e insumos necessários”.