Investigações conduzidas pela Secretaria da Segurança Pública a partir de indícios levantados pelo Ministério Público Estadual sobre a atuação, em Camacan, de uma organização criminosa liderada pelo delegado titular do município, Jackson Silva, e pelo major PM José Silvério de Almeida Neto, resultaram na prisão dos dois acusados e ainda de seis investigadores (um deles aposentado), duas escrivães, um sargento e dois soldados PMs, além de três empresários da região. Peculato, extorsão, tráfico de drogas, homicídios e receptação de carga roubada são alguns delitos atribuídos à quadrilha.

A ‘Operação Esfinge’, desencadeada conjuntamente pela SSP e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público, teve início na madrugada desta terça-feira (31), com o objetivo de cumprir 21 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão. Um balanço parcial da operação foi apresentado à imprensa, à tarde, em Ilhéus, pelo diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado Edenir Macedo, a promotora Ediene Louzado, do Gaeco, e o corregedor-geral da Polícia Militar, coronel Marconi Calmon do Nascimento.

O delegado geral adjunto, Bernardino Brito Filho, e o delegado Jackson Carvalho, corregedor adjunto da Corregedoria da Polícia Civil, participaram da operação, realizada por cerca de 100 policiais civis, dentre eles, investigadores da Coordenação de Operações Especiais (COE), e 31 policiais militares, sendo 15 do Batalhão de Choque, nove do Comando de Missões Especiais e sete da Corregedoria.

Sonegação 
Três equipes da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), empenhadas no combate à sonegação fiscal, acompanharam o cumprimento dos mandados de busca e apreensão relativos ao desvio de mercadorias e documentos. Além do delegado e do major PM, foram presos, em Camacan, os investigadores Carlos Jorge Silva Góes, Clévison José Alves Rocha, Laílson Monteiro Lobo, Paulo César de Oliveira, Thales Santos Carvalho e João Oliveira Larcher (aposentado), as escrivães Carla Cristina Brito Félix e Tatiane Ribeiro Tanajura. Também estão detidos, o sargento PM Lauro Antônio Oliveira Ferraz, os soldados Lúcio Lima Viana e Matheus Ferraz Costa e os empresários atacadistas, os irmãos Edvan Ribeiro Santana e José Ivan Ribeiro Santana, e José Siqueira Silva.

A operação resultou ainda em sete prisões em flagrante, duas por peculato (apropriação ou desvio de bem público ou sob responsabilidade do poder público) e cinco por porte ilegal de arma, segundo informou a corregedora-chefe da Polícia Civil, delegada Iracema Silva de Jesus. Foram apreendidos dez revólveres, quatro rifles, uma carabina, uma pistola, mais de 200 munições de calibres variados e cinco carros e motocicletas com evidentes sinais de adulteração.

As investigações sobre as atividades da quadrilha em Camacan e adjacências tiveram início em novembro do ano passado. Os servidores das polícias Civil e Militar integrantes do esquema criminoso serão encaminhados para as respectivas corregedorias, em Salvador. Os empresários ficarão à disposição da Justiça, no Presídio Regional de Ilhéus.