Tornar os conteúdos acessíveis e aproveitar a experiência existente na construção de estruturas curriculares para a educação corporativa do serviço público. Esses são pilares básicos da Educação a Distância (EAD), segundo o professor Roberto Bohlen Seleme, autor do livro ‘Criando Universidades Corporativas no Ambiente Virtual’, que, nesta quinta-feira (14), realizou palestra de abertura do seminário baiano sobre EAD na Educação Corporativa, promovido pela Secretaria da Administração (Saeb), na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem).

O evento, ligado à Universidade Corporativa do Serviço Público (UCS), reuniu durante todo o dia cerca de 200 gestores e colaboradores diretamente ligados à capacitação de outros servidores públicos. Órgãos estaduais que já desenvolvem programas de educação à distância como a Secretaria da Fazenda (Sefaz), Instituto Anísio Teixeira (IAT), que atua na capacitação continuada dos professores da rede pública, e a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), também participaram da organização do seminário.

Roberto Seleme falou sobre ‘A implantação de Universidades Corporativas em Ambientes Virtuais’ e apresentou números e índices convincentes na defesa da expansão do ensino a distância. Na mesa de abertura, o superintendente de Recursos Humanos da Saeb, Adriano Tambone, destacou a necessidade de levar capacitação a todos os servidores públicos nas diferentes regiões do estado.

“Nosso desafio constante é aprimorar a prestação dos serviços públicos em todas as unidades públicas do estado. Esta modalidade de disseminação do conhecimento vem para colaborar neste processo, nos ajudando a fazer cada vez mais um serviço público de qualidade", afirmou Tambone. Para Seleme, mais que vencer distâncias geográficas, o modelo de EAD é uma estratégia que visa otimizar os resultados, poupando tempo, com um mínimo de estrutura física, até mesmo dentro da sede da empresa.

O palestrante lembrou que das 500 maiores empresas listadas anualmente pela revista especializada Fortune, 36% possuem universidades corporativas e 25% da receita dessas empresas é direcionada para a capacitação. A EAD, explicou Seleme, seria a evolução desse processo, uma vez que permite, tanto aos gestores quanto aos trabalhadores envolvidos no aprendizado, acesso aos conteúdos a qualquer hora e em qualquer lugar.

Outro diferencial é o foco na execução, que Seleme chamou de “aprender agindo”, aproveitando experiências do próprio corpo executivo da empresa ou instituição, com foco no resultado e não apenas em conceitos genéricos. A capacitação deixa de ser reativa, como nos processos de treinamento, para ser proativa, com contribuições práticas dos envolvidos no processo de aprendizagem.

Um corpo tecnológico capacitado e capaz de armazenar a garantir a segurança dos conteúdos é fundamental, e também a disponibilização de um corpo tutorial, para interagir, em tempo real ou por meio de fóruns e e-mails, com os aprendizes, tirando dúvidas e compartilhando opiniões. Forma-se, assim, uma grande rede social de gestão de conhecimento. Para atestar o sucesso desse formato de ensino, Roberto Seleme citou os resultados das três últimas edições do Exame Nacional de Avaliação de Desempenho dos Estudantes (Enade), realizado pelo Ministério da Educação nas universidades. Em todos, o primeiro colocado foi um aluno de EAD.