A estiagem e a baixa umidade vêm alterando os hábitos de consumo da população em Barreiras, no oeste da Bahia. Apenas no último mês, estima-se que cada barreirense tenha utilizado 172 litros de água por dia, volume bem superior à época das chuvas, quando cada habitante consumiu uma média de 151 litros por dia.

Para suprir a demanda sazonal da população, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) distribuiu, no mês passado, um volume histórico de água. Foram 810,8 milhões de litros. O recorde é resultado de um incremento na produção de água tratada de mais 100 mil litros por hora disponibilizados na rede distribuidora.

A média dos últimos meses aponta para o crescimento gradual do consumo de água por habitante à medida que se aproximam os meses mais quentes e com baixa umidade. Por causa das condições climáticas, o consumo doméstico de água pode subir até a chegada das chuvas previstas para outubro e novembro.

Mesmo com o crescimento em 4% do número de ligações domiciliares – 1,5 mil ligações só este ano -, o gerente do Escritório Local de Barreiras, Marcos Rogério Moreira, acredita que a elevação do consumo também está diretamente ligada à diminuição da umidade e deve continuar até o mês de outubro quando voltam as chuvas. “Mesmo com uma média calculada dentro da Embasa de 140 litros por habitante e o aumento do consumo, estamos preparados para atender à crescente demanda da população”.

Redução do consumo 

Durante o período de estiagem são flagrados alguns excessos por parte da população, que usa a água tratada para irrigar gramas e jardins, além de lavar calçadas e ruas. Preocupada com o desperdício da água, a Embasa, por meio do Núcleo Socioambiental, realiza reuniões comunitárias, vistoria seus Sistemas de Abastecimento de Água (SAA), principalmente os novos, além de alertar a população para a importância do consumo consciente.

Bem longe do patamar dos 172 litros de água alcançados no último mês pelos barreirenses, a Organização das Nações Unidas (ONU) considera o consumo ideal em 110 litros de água por habitante/dia. Segundo a assistente social da Embasa, Geisa Mendes, além das altas temperaturas e baixa umidade, o alto consumo também se explica pela abundância dos recursos hídricos na região oeste. “Quando a Embasa fala em redução do consumo está cuidando da sua matéria-prima. É interesse da instituição e dos seus clientes a preocupação racional com este recurso. Estamos pensando a longo prazo”.

Além da sensibilização, a empresa trabalha a redução do consumo como política pública ao usar faixas de consumo diferenciadas para quem economiza água. A instituição estabeleceu a tarifa progressiva, instituindo faixas de consumo com preços diferenciados como forma de premiar quem não desperdiça ao mesmo tempo em que eleva as tarifas para aqueles que utilizam mais do recurso.

Geisa explica que se um usuário dobrar seu consumo de um mês para o outro, o valor poderá ser mais que o triplo a depender destas faixas de consumo. “Depois da tarifa mínima, a Embasa cobra o excedente por faixas de consumo diferenciadas a cada cinco metros cúbicos. Então, mesmo em épocas de estiagem, é preciso ter consciência que o desperdício de água também pode pesar no bolso”.

Volume de água distribuído

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