O resultado do Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (Iceb) do mês de novembro revelou pequeno aumento na expectativa do setor produtivo da Bahia. O índice, calculado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan), registrou alta de 21,65 pontos e segue a reação iniciada no mês anterior. O indicador atingiu 124,8 pontos e está situado na zona de otimismo moderado.

Analisando os setores de atividade, agropecuária apresentou queda de 12,5%, a indústria subiu 81,1%, e os serviços e comércio não variou. Mas, a agropecuária continua sendo o setor mais otimista, permanecendo na zona de otimismo, enquanto serviços e comércio está no otimismo moderado e a indústria no pessimismo moderado.

“Os empresários industriais demonstraram melhores expectativas em relação ao setor neste quarto trimestre, uma vez que há sinalização da redução dos juros e recuperação da demanda interna para os próximos 12 meses. Já no setor agropecuária, a desaceleração na demanda global e a redução no preço das commodities tornaram pouco otimistas as expectativas. Também o aumento da inadimplência volta a preocupar os empresários do setor serviços e comércio”, explica Alex Gama, economista da SEI.

O questionário da Pesquisa de Confiança do Empresariado Baiano divide-se em duas partes – a primeira é referente às variáveis econômicas (PIB, câmbio, inflação e juros), e a segunda, ao desempenho das empresas (vendas, crédito, situação financeira, emprego, capacidade produtiva, abertura de unidades). Em novembro, mais uma vez, as variáveis macroeconômicas superaram as variáveis de desempenho das empresas. Ambas subiram em relação ao mês imediatamente anterior. As macroeconômicas elevaram-se 24,5 pontos percentuais (p.p.), enquanto que as de desempenho, 89,6 p.p.

No que concerne aos setores, individualmente, para as variáveis macroeconômicas, apenas serviços e comércio reduziu suas expectativas, deslocando-se da zona de otimismo para a de otimismo moderado. Tanto o setor agropecuária quanto o setor indústria mantiveram-se nas mesmas zonas de confiança, otimismo e otimismo moderado, respectivamente. Para as variáveis de desempenho das empresas, o único setor que apresentou queda foi a agropecuária, movendo-se da zona de otimismo para a de otimismo moderado.

Serviços e comércio manteve-se na zona de otimismo moderado, enquanto a indústria, historicamente mais pessimista, manteve-se na zona de pessimismo moderado. Em relação às expectativas inflacionárias para os próximos 12 meses, observa-se que 52% dos entrevistados acreditam que os preços tendam para a estabilidade no próximo ano, sendo que o indicador para esta variável, para o conjunto dos setores, está dentro da zona de otimismo moderado.

Expectativas positivas em relação à taxa de juros

Em relação à taxa de juros, as expectativas são positivas. Apenas 10% dos respondentes acreditam em um grande aumento na taxa de juros, o que é condizente com as últimas decisões do Banco Central de reduzir a taxa Selic. O indicador geral para esta variável se encontra na zona de otimismo moderado.

Quanto ao crescimento econômico, ambos os PIBs, nacional e estadual, apresentaram bons resultados. Para o PIB estadual, a maioria dos entrevistados (57%) espera que o crescimento baiano nos próximos 12 meses seja acima dos 3%. O indicador global para esta variável marcou 380,9 pontos, zona de otimismo. Para o PIB nacional, o indicador global marcou 214,2 pontos, zona de otimismo moderado, sendo que 43% esperam que o crescimento do país ultrapasse os 3% nos próximos 12 meses.

No que concerne às expectativas para as vendas nos próximos 12 meses, o indicador geral atingiu 214,3 pontos, situando-se na zona de otimismo moderado. Observa-se que 52% dos representantes do setor produtivo baiano esperam que as vendas aumentem razoavelmente. Para a capacidade produtiva, as expectativas estão estáveis – 48% não acreditam que haverá alguma mudança nos próximos 12 meses, sendo que o indicador para esta variável está dentro da zona de otimismo moderado.

Emprego

Outra variável estável foi o emprego. A maioria dos entrevistados (62%) acredita que se manterá o nível do emprego, sem grandes contratações ou demissões. A variável para o conjunto de setores está na zona de otimismo moderado. Contudo, é importante ressaltar que, quando avaliada individualmente para a idústria, esta variável está dentro da zona de pessimismo moderado.

Em relação à expectativa para as exportações, o indicador encontra-se deteriorado, marcando -181,8 pontos, zona de pessimismo moderado. Isso significa que o empresariado baiano acredita que a possível desaceleração do PIB mundial possa gerar incertezas em relação às exportações baianas nos próximos 12 meses.