O aumento na quantidade de desembarque de automóveis (81%) contribuiu para uma aceleração maior da importação em março de 2012 na Bahia. Na comparação com o mesmo período de 2011, as importações cresceram 54%, enquanto as exportações tiveram uma elevação de 9%. Devido a esses resultados, a balança comercial do estado fechou, em março, com déficit de US$ 36,2 milhões, situação que não ocorria desde fevereiro de 2008.

Mesmo com o déficit registrado no período, os dados apurados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan), apontam que a Bahia acumula no trimestre um saldo comercial de US$ 584,2 milhões, 2,7% acima de igual período do ano passado.

Nos três primeiros meses do ano, as exportações baianas acumularam US$ 2,56 bilhões, superando em 25,2% igual período do ano anterior. Já as importações atingiram no período US$ 1,97 bilhão, 34% acima de 2011.

Regime automotivo

O aumento atípico em março nas importações de automóveis foi influenciado pelas mudanças no regime automotivo, com o estabelecimento de cotas para compras originárias do México, e as novas regras de transição para a indústria do setor. Isso causou especulações e receio de restrições maiores à importação desses produtos, o que motivou a antecipação na internalização de veículos até para recompor estoques reduzidos.

Para o coordenador de Comércio Exterior da SEI, Arthur Cruz, o fato de o setor automotivo ter sido inserido no pacote de estímulo à indústria, deve melhorar a competitividade das exportações a médio prazo, contribuindo para diminuir o largo déficit comercial que o setor proporciona tanto na balança comercial baiana como brasileira.

Outro produto em crescimento nas importações foi a nafta (103%), atingindo US$ 183,1 milhões, porém é um produto costumaz na pauta de importações baianas por ser um insumo básico da matriz industrial. Além disso, o acréscimo é fortemente influenciado pelo apagão de energia elétrica no Nordeste, responsável por diminuir a atividade industrial em fevereiro do ano passado.

Petróleo e agronegócio lideram as exportações

As exportações foram novamente lideradas pelo setor de petróleo e derivados com vendas de US$ 225,5 milhões e incremento de 35,4% em relação a março do ano passado. Os melhores desempenhos no mês passado foram das commodities agrícolas como algodão, com aumento de 328%; fumo, com 107,6%; e soja, 100,3%.

Afora o setor de petróleo e derivados, o agronegócio se destaca como uma das mais importantes atividades da pauta de exportações do estado. O segmento foi responsável por 30% das vendas externas da Bahia, resultado dos bons preços externos e da safra recorde de quase 8 milhões de toneladas de grãos colhidas no oeste baiano, 13% acima da temporada passada.