Os estudos técnicos previstos no projeto da ponte Salvador-Itaparica começam nos próximos dias na Baía de Todos os Santos (BTS) e nas futuras cabeceiras da ponte, no bairro do Comércio, em Salvador, e em Vera Cruz. Entre outros objetivos, o estudo permitirá a identificação do melhor tipo de tecnologia para construção da ponte.

O contrato para o início da sondagem no solo e subsolo da BTS foi assinado nesta quarta-feira (17), na Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra), pelos secretários estaduais de Infraestrutura e vice-governador, Otto Alencar, e do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, e representantes da empresa paraense Geofort Fundações, vencedora da licitação.

A execução do serviço, que está orçado em R$ 7,7 milhões, deve ocorrer até o mês de dezembro deste ano, prazo para a empresa apresentar os resultados dos estudos realizados na área do projeto. “A partir desses estudos poderemos seguir com o projeto básico e até o primeiro semestre do próximo ano acredito que o governador Jaques Wagner pode publicar o edital de licitação da ponte Salvador-Itaparica”, disse Alencar.

Estabilidade e segurança

A análise do solo e do subsolo garantirá mais estabilidade e segurança ao projeto de engenharia, definindo o melhor trajeto para a construção de estacas e fundações, que corresponde a 40% do orçamento da ponte. A construção do Sistema Viário Oeste, que inclui a ponte, novas estradas, desapropriações, entre outras obras, está estimada em R$ 7 bilhões.

“Com base nestas informações, será possível escolher as melhores tecnologias para as fundações da ponte dentro do projeto básico de engenharia, o que pode reduzir os custos”, afirma Gabrielli. O trabalho consiste na perfuração de 20 pontos, sendo dois na localidade de Gameleira, na Ilha de Itaparica, e dois na região do Comércio, na capital. Obedecendo ao traçado preliminar do projeto, outros 16 furos de até 120 metros de profundidade serão feitos no mar da BTS.

O objetivo da sondagem é analisar as características do solo e do subsolo, detectando a presença de rochas, lama e outras especificidades. Estudos em laboratório vão gerar os relatórios técnicos que servirão de subsídios para o projeto.

Peculiaridades

De acordo com o diretor da Geofort, Fernando Navarro, a empresa já executou estudos semelhantes em obras como a da ponte sobre o Rio Negro e a linha de transmissão elétrica Tucuruí-Macapá-Manaus, em Manaus. “As peculiaridades da região e a experiência que possuímos nesse tipo de serviço permitem criar um cronograma e desenvolver equipamentos para concluir todo o serviço até o final do ano”.

Navarro informou ainda que a empresa vai utilizar balsas de até oito metros de largura e 30 de comprimento e que as embarcações são devidamente equipadas para o serviço e tripuladas por engenheiros, sondadores, geotécnicos, geólogos e outros profissionais, além de uma equipe em terra.

Contando com a cooperação da Capitania dos Portos, o trabalho de sondagem não deve interferir na navegação de navios de carga e de passageiros na BTS, garantindo a operação normal do Porto de Salvador e de serviços como o Ferry Boat e as lanchas que fazem a travessia entre Salvador e a Ilha de Itaparica.