Discutir a assinatura de um acordo de cooperação no valor de US$ 2 milhões, que permita a troca e repasse das experiências baianas nas áreas sociais e de segurança alimentar e nutricional aos países africanos interessados.

Este foi o objetivo da reunião realizada nesta quinta-feira (18), em Brasília, entre a secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Estado, Moema Gramacho, o diretor do Centro de Excelência Contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Daniel Balaban, a vice-diretora do PMA, Cynthia Jones, e conselheiros do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID).

Moema Gramacho relatou durante o evento que o governador Jaques Wagner tem interesse em estabelecer troca de experiências com os países africanos. “O governador reitera seu compromisso de socializar experiências que também podem servir de aprendizado para a Bahia”.

Também presente no encontro, a assessora da Secretaria para Assuntos Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), Caura Damasceno, informou que o acordo poderá ser assinado ainda este ano e que a Bahia está ajudando países a implementar programas sociais.

Entre os programas que podem beneficiar os países africanos estão os de segurança alimentar, os de convivência com a seca e o Bolsa Família. “O maior programa de renda, que é o Bolsa Família, tem impacto na segurança alimentar e nutricional, além de distribuir renda e fazer girar a economia local", enfatizou Damasceno.

Segundo Moema Gramacho, a experiência obtida com "o desafio" de continuar erradicando a pobreza do estado será também possível de ser repassada aos países africanos que desejarem conhecer os programas sociais baianos.

Reino Unido 

Os conselheiros de Desenvolvimento do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID), Indranil Chakrabarti e Massimiliano Lombardo, disseram que mais de 10 países africanos – como Zimbabue, Tanzania, Moçambique, Senegal, Etiópia, Malauí e Niger – manifestaram interesse de conhecer as experiências dos programas sociais brasileiros implantados na Bahia e, se possível, adotá-los em seus países.

O diretor do PMA, Daniel Balaban, afirmou que programas de combate à pobreza, como o Bolsa Família, a construção de cisternas, programas de fortalecimento da segurança alimentar e da agricultura familiar são alguns dos programas que os africanos querem aplicar em seus países para auxiliar na estratégia de combate à pobreza e à desnutrição da população.

“O que eles mais querem são as cisternas comunitárias. Como a Bahia é o estado mais africano do Brasil, os governos desses países se sentem mais à vontade e mais propícios à cooperação e à troca de experiências”, disse Balaban, acentuando que "o africano se sente em casa na Bahia e isso facilita o trabalho e a cooperação”. Os baianos, segundo ele, "gostam de acolher os visitantes e contar as experiências recebendo as missões estrangeiras com menos formalidade e mais carinho”.