Mais um segmento da sociedade civil organizada, desta vez representantes da área acadêmica, foi recebido pelo governador Jaques Wagner, na manhã desta terça-feira (30), para dialogar sobre a conjuntura política e econômica do país, diante das manifestações populares, e a respeito da representatividade no cenário nacional. Participaram do encontro reitores e dirigentes de várias universidades instaladas no estado e da Academia de Letras da Bahia.

Também presente à reunião, o secretário de Relações Institucionais, Cezar Lisboa, destacou a importância do diálogo permanente do Estado com os diversos setores da sociedade. Ele disse que o governo já se reuniu com representantes sindicais e entidades empresariais, com o segmento religioso e entidades de classe e que os próximos encontros serão com representantes de movimentos rurais, urbanos, identitários, negros e da juventude.

“Estamos recebendo estes vários segmentos para discutir sobretudo porque este é um momento novo. A partir das reuniões, nós podemos conhecer os olhares, as perspectivas de cada um deles sobre o que está acontecendo. Destes encontros sai a ideia de que é preciso manter este diálogo entre os segmentos e o Estado”, afirmou Lisboa.

Mudança

Segundo o secretário, o Governo do Estado já promoveu mais de 40 conferências, mobilizando mais de um milhão de pessoas para uma reflexão sobre a realidade e também tomar decisões sobre políticas públicas. “Nós mantemos, com vários segmentos sociais, pautas que passam por um processo de monitoramento, análise crítica e debate. Agora, abriu-se uma discussão sobre crise de representação, questiona-se se os movimentos atuais representam ou não as demandas sociais, se os partidos políticos representam as aspirações da sociedade”.

Para o reitor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e presidente do Fórum de Reitores das Universidades Estaduais, Paulo Roberto Santos, a sociedade está mudando. “Com isso que vivenciou o país, percebeu-se que há um novo movimento da sociedade”. Para ele, é preciso que as universidades saibam também lidar com este processo de mobilização dos grupos sociais e que haja uma interação maior para participar das reflexões do coletivo. “Assim a gente pode abrir as universidades e favorecer a atuação destes jovens no desenvolvimento da sociedade e do país”.

De acordo com o reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb), Naomar Almeida, a sociedade está buscando espaços de diálogos e intercâmbio de ideias e opiniões. “Os reitores se posicionaram e vários representantes de instituições de conhecimento compartilharam suas ideias. Isso é muito importante, porque a partir de agora nós podemos ter quase que um fórum, para que algumas destas questões possam ser antecipadas e entendidas de modo mais profundo”.