Com o objetivo de discutir estratégias que ampliem e incentivem técnicas de transplantes de medula óssea nos países em desenvolvimento, será realizado desta quinta (3) até sábado (5), em Salvador, o simpósio da Worldwide Network for Blood & Marrow Transplantation (WBMT). O evento acontece no Gran Hotel Stella Maris e conta com apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).

Durante os três dias, sempre em consonância com as diretrizes da OMS, representantes de países latino-americanos e também da América do Norte, Ásia, Europa e África discutirão pontos importantes que contribuam para otimizar e estabelecer um programa de transplante de células estaminais, aquelas capazes de se dividir para produzir autocópias e também outros tipos de célula. As indicações atuais para o transplante e a seleção de doadores também estarão na pauta de discussão.

Parcerias

O coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas, Marco Aurélio Salvino, ressalta que o evento é de extrema importância para o desenvolvimento de técnicas deste tipo de transplante no mundo. “É um privilégio para nós, a realização deste evento na Bahia”.

O coordenador da Central Estadual de Transplantes (Coset) da Sesab, Eraldo Moura, ressaltou que o Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hospital das Clínicas), vinculado à Universidade Federal da Bahia, é referência no estado. No Hospital São Rafael também é realizado este tipo de procedimento, explicou Moura.

O responsável pelo Coset também ressaltou que, no Hospital das Clínicas, o transplante de medula óssea tem acompanhamento onco-hematológico. O transplante de medula óssea no Hospital das Clínicas é desenvolvido por meio de parceria com a Sesab e tem gerado resultados positivos, afirmou.

Eraldo Moura observou que este tipo de transplante é indicado para o tratamento e combate a várias doenças (onco-hematológicas e não hematológicas) como leucemias, linfomas e mielomas. A indicação de transplante ocorre quando não há uma resposta positiva do organismo ao tratamento quimioterápico e/ou radioterápico.

Brasil tem o terceiro maior banco de dados

O transplante de medula óssea pode ser ‘antólogo’ – quando a medula utilizada é do próprio paciente, ou ‘alogênico’ – quando a medula é de outra pessoa, que pode ser um familiar ou não. Se não for um parente, o doador compatível foi escolhido no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

O transplante de medula óssea é realizado, exclusivamente, por doadores vivos. De acordo com o coordenador do Coset, Eraldo Moura, o Brasil tem o terceiro maior banco de dados do mundo e, para ampliar a possibilidade de encontrar doadores compatíveis, há acordos de cooperação com outros países com o intuito de receber e enviar medulas, assim que for confirmada a compatibilidade entre doador e receptor.

Ao ser identificado paciente compatível no cadastrado no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), uma bateria de exames complementares é realizada para confirmar a compatibilidade. A doação de medula é um procedimento simples. O doador retoma as atividades em poucos dias.

Como se castrar para ser um doador

Na Bahia, para se cadastrar como doador de medula óssea o interessado deve procurar a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), que fica ao lado do Hospital Geral do Estado, na Avenida Vasco da Gama, em Salvador, telefones 0800-071-0900 ou (71) 3116-5664 / 3116-5600.

Também é possível efetuar o cadastro em qualquer uma das mais de 20 Unidades de Coleta e Transfusão (UCT) distribuídas pelo estado.