Novo projeto estadual de ações voltadas para redução da pobreza e inclusão socioprodutiva no estado, o Bahia Produtiva foi apresentado nesta quarta-feira (19) durante evento no Hotel Sol Bahia, em Salvador, organizado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir).

Aberto com a apresentação do coral da empresa, Canto da Terra, regido pelo maestro Gilmar Mendes, o evento reuniu representantes de associações rurais, cooperativas, lideranças indígenas e quilombolas. O Bahia Produtiva – que sucede o programa Produzir, o qual está concluindo no primeiro semestre deste ano a última das quatro edições – foi apresentado pelo diretor executivo da CAR, José Vivaldo Mendonça.

“Esse encontro é motivo de alegria, de balanço, de discussões. Iniciamos um novo ciclo, um ciclo de encerramento da operação do Banco Mundial, no âmbito do programa Produzir, e apontamos para um novo desafio, que é a consolidação do Bahia Produtiva”, ressaltou.

Ele disse que o projeto tem inovações e aposta no aprofundamento do combate à pobreza rural e urbana na Bahia. “Esse seminário integra uma estratégia que está sendo debatida com a equipe do Banco Mundial, que se encontra até sexta-feira (21) em missão na Bahia.

No ‘Seminário Novos Desafios’, nesta quinta-feira (20), serão apresentados os resultados da avaliação de impacto do programa Produzir. Os dados, obtidos por meio de pesquisas de campo, foram levantados pela Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp).

Abrangência

O novo projeto abrangerá todos os territórios de identidade do estado, exceto a capital baiana, atendendo 416 municípios. Com investimento de US$ 260 milhões, serão beneficiadas 150 mil famílias com ações na agricultura familiar (94.215), quilombolas (12.111), indígenas (3.232), reforma agrária (20.468) e economia popular (19.974).

Segundo o diretor executivo da CAR, “vamos debater elementos que serão incorporados na nova operação que será submetida ao banco, em abril, seguindo depois para tramitação no governo federal e apreciação no Senado para efetivação do acordo de empréstimo”.

O secretário de Desenvolvimento e Integração Regional, Wilson Brito, destacou a importância de um projeto da abrangência do Bahia Produtiva para milhares de famílias, moradoras das zonas rurais da Bahia. “Vamos investir em inclusão produtiva, ampliar as parcerias e atuar para melhorar, cada vez mais, a vida do trabalhador rural”.

Para a representante do Banco Mundial, Fátima Amazonas, o projeto está ligado à estratégia de desenvolvimento com inclusão social e econômica das populações das zonas rurais, com foco em grupos especiais, a exemplo das comunidades indígenas, quilombolas, de fundos de pasto, mulheres e jovens. Outro aspecto assinalado por ela está voltado aos investimentos em saneamento rural.

De acordo com Fátima Amazonas, o Bahia Produtiva deverá possibilitar como resultado final, no prazo de seis anos, avaliação onde serão medidos e identificados os resultados efetivamente alcançados, não só em números gerais quantitativos e de projetos financiados.

“Teremos que ver o efeito da intervenção na área, na localidade, na comunidade, no município e região, como forma geradora de desenvolvimento e mudança do padrão de vida, de renda, de qualidade na população, e acesso a uma situação que não seja mais de pobreza”, explicou. O Bahia Produtiva faz parte da estratégia do governo estadual para redução das desigualdades e superação da pobreza em todo o estado.

Emoção

Durante a reunião, a trabalhadora rural Siara Emídia Souza, 32 anos, da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de São José, disse emocionada que “a CAR enxergou a necessidade do meu povo e sou grata por isso. Quero agradecer à empresa e ao Banco Mundial, que vem selando parcerias com a gente. Antes não tinha projeto e agora recebemos 60 cisternas que beneficiam toda comunidade”.

Ela se deslocou do povoado de Cubículo Pindaí, na zona rural do município de Pindaí, a 726 quilômetros de Salvador, para participar do ‘Seminário Novos Desafios’.

Exemplo de superação por conta da deficiência visual, Marieta de Jesus, presidente da Associação de Pequenos Produtores de Casa Nova e Boa Esperança, localizada no município de Urandi, na microrregião de Guanambi, também agradeceu pelos projetos que chegaram para sua comunidade.

“Temos cisternas que beneficiam nossas famílias, e projeto de mecanização agrícola. A gente sente grande orgulho por isso e esperamos que CAR dê continuidade a essas ações sempre”, afirmou.