A nova portaria de transporte de capulhos, sementes e caroços de algodão a granel na Bahia foi publicada no Diário Oficial da União do último sábado (30). A Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), atualizou a portaria por conta das plantas de algodão que crescem nas margens das rodovias, decorrentes do derramamento de sementes e posterior geminação, constituindo potenciais focos de pragas.

O objetivo da atualização é prevenir o estabelecimento de plantas voluntárias – tigueras – nas áreas de servidão das rodovias, minimizando o risco de focos, principalmente do ‘Bicudo do Algodoeiro’. A portaria proíbe, principalmente, o transporte de capulhos, sementes e caroços de algodão a granel em veículos que não estejam totalmente vedados, para evitar que o conteúdo da carga caia nas vias públicas ou rodovias.

De acordo com o coordenador do Projeto Fitossanitário do Algodão da Adab, Urbano Cardoso, a responsabilidade do acondicionamento é do transportador, do proprietário e/ou do estabelecimento de origem. “O veículo que estiver transitando em desacordo com a exigência, e for parado pela fiscalização da Adab, terá a carga retida e só será liberada após reparo da lona ou do material de vedação”.

Fiscalização

Os caroços, sementes e capulhos do algodão caem dos caminhões e se tornam a fonte do problema para a produção, seja do pequeno, médio ou grande produtor. Por isso, o diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá, informa que será realizado um trabalho mais incisivo de fiscalização nos postos fixos e móveis, além de educação sanitária, na busca pela conscientização dos transportadores e das algodoeiras, usinas beneficiadoras.

“A medida se tornou necessária pela situação que se agravou no último ano. As plantas se desenvolveram com força total, o que causou preocupação por parte dos produtores e empresários, da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e do órgão de Defesa Agropecuária”, disse o diretor.

A nova portaria é consequência de reunião realizada no dia 17 de março, na sede da Adab, em Salvador, quando a questão foi debatida pela diretoria da agência e o setor produtivo.