O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), da Secretaria de Cultura, e a Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba) lançam o livro ‘Estância Hidromineral de Cipó: Um balneário no Sertão da Bahia’, neste sábado (18), às 17h, no Salão Maria Bonita do Grande Hotel Caldas de Cipó, no município situado na região nordeste do estado. A obra é de autoria do professor da Faculdade de Arquitetura da Ufba, Edson Fernandes, e teve financiamento do Fundo de Cultura, por meio dos editais da Secult.

Segundo o professor, o livro sobre a estância hidromineral é baseado na sua dissertação de mestrado, que tem como objeto central analisar as intervenções em Cipó, abordando as motivações de construção de cidades balneárias, entre os anos 1930 e 1940. "Trata-se de uma contribuição à história das cidades baianas e levantamento histórico sobre urbanismo praticado no interior, tema que fica em segundo plano entre muitos pesquisadores", explica Fernandes.

Editais

O centro histórico de Cipó, a 245 quilômetros de Salvador, considerado o conjunto arquitetônico-urbanístico art déco e neocolonial mais conservado do Brasil, é tombado pelo Ipac, desde 2008, como ‘Patrimônio Cultural da Bahia’. O tombamento permitiu o financiamento do Fundo, já que os bens culturais que participam dos editais devem ser protegidos pelo Município, Estado ou União. A política de editais permite ampliar as ações de apoio aos bens culturais, sejam  materiais (imóveis, móveis e obras de arte) ou intangíveis (manifestações populares, celebrações, saberes e fazeres culturais).

Edificações como o Solar Barão de Jeremoabo (Itapicuru) ou a Casa de Castro Alves no Pelourinho (Salvador), sites e mapas digitais, como o de Rio de Contas, livros como o de Cipó ou de índios do baixo sul, são iniciativas já beneficiadas pelos editais do Ipac entre 2009 e 2014. Somam-se ainda lançamentos de CD, projetos socioeducativos e de educação patrimonial, a exemplo dos memoriais do Rosário dos Pretos e da Irmandade da Boa Morte,dentre outras dezenas de iniciativas.

Oficina pública

Integrando as políticas públicas de proteção aos bens culturais, o Ipac promoverá ainda em Cipó, no mesmo dia e horário, uma oficina gratuita do projeto ‘Conversando sobre o Patrimônio’ e o ‘ICMS Cultural’. Além do professor Edson Fernandes, serão palestrantes a coordenadora de Editais do Ipac, Ana Cristina Coelho, o historiador Alberto Carletto e a chefe de gabinete do Ipac, Carolina Passos. As temáticas são os patrimônios materiais e imateriais, a nova proposta do Ipac para a criação de um ICMS cultural e a importância dos editais para a cultura baiana.

Tombamentos

O tombamento de Cipó integra ação inédita na Bahia, iniciada em 2007, que passou a proteger edificações de outros estilos arquitetônicos que não só o barroco-colonial. "Passamos a tombar imóveis art déco, neocoloniais, ecléticos e neoclássicos", explica a diretora geral do Ipac, Elisabete Gándara.

De acordo com a diretora, nesse período foram tombados os edifícios Oceania (Farol da Barra), Dourado (Graça), A Tarde e Sulacap (Praça Castro Alves), Caramuru (Comércio) – referência modernista brasileira -, o Cine Teatro Jandaia (Baixa dos Sapateiros) e Hospital Aristides Maltez (Brotas). Mais informações referentes a tombamento, o livro e a oficina podem ser obtidas com a Diretoria de Preservação do Patrimônio (Dipat) do Ipac, via telefone (71) 3117-7498 ou pelo e-mail dipat.ipac@ipac.ba.gov.br.