O estudo ‘Perfil das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho da Bahia na primeira década dos Anos 2000’ foi detalhado pela economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do Observatório do Trabalho da Bahia, Flávia Rodrigues, na reunião desta quinta-feira (23) do Conselho Estadual Tripartite e Paritário de Trabalho e Renda da Bahia (Ceter-BA). O encontro ocorreu na sala de reunião da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), no Centro Administrativo, em Salvador.

Na apresentação, Flávia Rodrigues explicou que “entre as deficiências – visual, auditiva, motora e mental permanente – há o predomínio dos deficientes visuais no conjunto das pessoas ocupadas”. Ela informou também que "as pessoas com deficiência correspondiam em 2000 a 15,4% e passaram em 2010 para 25,4% da população residente do estado”. Neste percentual estavam incluídos todos os graus de severidade das deficiências citadas.

“Certamente, esse crescimento está sendo influenciado pelo processo demográfico de envelhecimento populacional, que potencializou o agravamento das referidas deficiências, provocado pelo declínio progressivo das capacidades visual, motora e auditiva”, justificou. “Além disso, com o aumento da expectativa de vida, há uma probabilidade grande [do número] de pessoas com deficiência crescer entre o total de residentes, por conta de doenças”.

Destaque

Do ponto de vista dos territórios de identidade da Bahia, o baixo sul destacou-se com a participação relativa mais expressiva – 29,3% do total dos ocupados em 2010. Outro ponto revelado pelo estudo temático do Observatório do Trabalho da Bahia é que a maior parte do contingente das pessoas ocupadas é do sexo masculino, da raça negra e, na grande maioria, na faixa entre 40 a 49 anos de idade, sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto.

Conduzida pelo presidente do Ceter-BA, Maurício Macedo, a reunião do teve momentos de debates e de troca de informações entre os conselheiros. O Ceter-BA foi criado em 1994 com a finalidade de promover e discutir as políticas públicas de promoção e geração de trabalho e renda no estado. O conselho é formado por 18 conselheiros, distribuídos de forma igual pelas bancadas, e cada integrante tem mandato de três anos.