De forma descontraída e animada, mas com mensagens de força, resistência e luta, mulheres de todos os lugares do Brasil participaram das apresentações culturais que marcaram nesta terça-feira (28) a abertura oficial do Seminário Nacional Mulher e Cultura, que acontece em Salvador até a próxima sexta-feira (31). Com temas diversos, a exemplo de Comunicação, Saberes Tradicionais, Contemporaneidade, dentre outros, o Seminário reuniu, no Quadrilátero da Biblioteca Pública do Estado (Barris), artistas, gestoras públicas, militantes, pensadoras, pesquisadoras femininas, representando comunidades indígenas, ciganas, negras, LGBT e pessoas interessadas no debate sobre o protagonismo da mulher na área da cultura.

Com expressiva participação feminina, o público recebeu as boas vindas da diretora da Fundação Pedro Calmon, Fátima Fróes, que ressaltou a importância “da criação de um espaço de interação entre diferentes agentes femininos de cultura do Brasil. A mulher é um agente propulsor fundamental neste segmento e temos como base a consolidação destes espaços de diálogo com os movimentos femininos do nosso estado e, com este Seminário, queremos que esta rede se amplie para todo o país. Temos aqui representações de todos os estados brasileiros e isso já é um marco significativo”.

O secretário da Cultura do Estado, Albino Rubim, destacou a necessidade de fortalecer os diálogos com os movimentos populares, sociais, de mulheres, considerando que a democratização não pode avançar sem os movimentos conversarem, colaborarem e cobrarem do governo ações efetivas. “Nosso desafio é refletir, reformular e ampliar políticas de fortalecimento em favor das mulheres, que, sem dúvida, ainda é visivelmente sub-representada na política. Contudo, não teremos transformações se não ampliarmos as ações no campo da cultura, pois só assim seremos um país desenvolvido, a partir da mudança de valores”, disse.

Representando a ministra da Cultura, Marta Suplicy, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Marcia Rolemberg, considerou o Seminário Nacional Mulher e Cultura um momento de avanço e força no seguimento da cultura. “É a oportunidade de avançarmos e fortalecermos as questões de gênero, extraindo desse encontro conclusões para fomentar temáticas voltadas para mulheres, levando a bandeira feminina para todos os cantos da sociedade, ampliando a oportunidade de trocarmos experiências e construirmos uma nova história para nosso país”, enfatizou.

Entre as autoridades que compuseram a solenidade de abertura, estiveram ainda a assessora parlamentar Maria Helena Souza da Silva, representando a senadora Lídice da Mata; a chefa de gabinete da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-BA), Adriana Marmori; e a diretora executiva da Coordenadoria Ecumênica de serviços, Sônia Gomes Mota.

Apresentações Culturais

Reunindo ícones da dramaturgia negra baiana, as atividades seguiram com a apresentação do recital ‘Vozes Negras’, encenado por atrizes do Bando de Teatro Olodum, uma homenagem a poetas negros e uma reflexão sobre a discriminação racial. A programação da noite foi encerrada pelo show musical da pernambucana Laila Rosa, que misturou ritmos e sonoridades e levou o público a um contato com a música popular tradicional, com a participação do grupo Feminária Musical.

Programação

O evento segue nesta quarta-feira (29), trazendo o tema ‘Mulher, Tradição e contemporaneidade’, na conferência de abertura, ministrada pela Cacica Maria das Dores Florência de Jesus, da tribo Pataxó, às 10h. Paralela às atividades, acontecerá, também nos dias 29 e 30, a Mostra de Filmes ‘Mulheres, Cultura e Cinema’, na Sala Walter da Silveira, gratuitamente.

O SNMC é uma realização da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura/Bahia, com parceria do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), por meio do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-BA), da Secretaria de Comunicação (Secom-BA) e da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). Confira toda a programação do Seminário no site da Fundação Pedro Calmon.