Para 174 famílias que moravam em palafitas, nos Alagados, terá início, a partir desta quarta-feira (11), a etapa final da concretização do sonho da casa própria. Por meio de um sorteio, ficou definido em qual imóvel cada morador passará a residir, entre as unidades habitacionais, distribuídas em 29 prédios, construídos, em Massaranduba, pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur).   

O sorteio das unidades habitacionais, – que antecede o processo de vistoria e entrega -, quando é definido o imóvel que cada família irá receber, foi realizado ao vivo, por meio do Canal da Conder na plataforma Youtube. Medida adotada como forma de evitar aglomeração, em função da pandemia da Covid-19.   

Os idosos têm prioridade aos apartamentos localizados no térreo do conjunto habitacional. Com o sorteio das unidades, cada família passará a ter um endereço, que será necessário para a solicitação da ligação de água e energia elétrica individuais. O passo seguinte, antes da entrega das chaves, é a vistoria de cada um dos imóveis, quando os moradores checam as ligações elétricas e hidráulicas, piso, esquadrias, revestimentos, entre outros itens.   

Novo lar   

As unidades de 43m² possuem dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. A área externa terá caminhos de acesso com piso intertravado, abrigo para resíduos sólidos, estacionamento e área de lazer com duas praças, dois parques infantis e duas academias ao ar livre.  

Os novos moradores estão sendo beneficiados também com melhorias em infraestrutura, como drenagem e redes de água e esgoto, que integram o projeto de urbanização integrada, sob a responsabilidade da Diretoria de Habitação e Urbanização Integrada da Conder.   

“Estamos investindo cerca de R$ 11 milhões para dar mais qualidade de vida e moradia digna às famílias que habitavam nas palafitas de Alagados. Essa, que já foi considerada a maior favela da América do Sul”, recorda o diretor da pasta, o engenheiro Maurício Mathias.  

A vendedora ambulante Nayara Matos desde que nasceu, há 27 anos, mora na região. Ela lembra como era difícil a realidade nas palafitas: “Não tinha infraestrutura nenhuma. A gente convivia com a sujeira e, com a subida da maré, para sair de casa, só colocando o pé na água do mar”.  

Para sua futura vizinha, a auxiliar administrativa Karolaine Santos de Freitas, a nova moradia representa a realização do ‘maior sonho da vida’. “Passei a minha infância utilizando um buraco no meio do barraco como banheiro. Não era fácil viver nas palafitas. Hoje, tenho um lugar para chamar de meu”, comemora.  

Apoio   

As obras de urbanização integrada da Conder, voltadas para comunidades carentes, estão atreladas aos projetos sociais, por meio do Projeto Integrado de Desenvolvimento Sócio Ambiental (PIDSA). Inicialmente, é feito um diagnóstico social para depois ser desenvolvido um trabalho com a comunidade. Foram realizadas diversas ações, tais como oficinas e cursos voltados para a geração de emprego e renda, educação ambiental, autoestima, e oferta de serviços diretos para promoção da saúde com apoio de instituições parceiras, entre outros.   

Em Massaranduba, foi montado um Escritório de Campo, onde a comunidade beneficiada tinha atendimento regular. Além disso, foi criada também uma comissão de bairro, formada por moradores e líderes comunitários. “Esse é um dos destaques do PIDSA. As famílias cadastradas realizam visitas periódicas às obras que estão sendo executadas e também aproveitavam os encontros e as atividades desenvolvidas pelas equipes do Social e de Engenharia da Conder para tirar dúvidas sobre o novo empreendimento e a rotina que os aguarda após a entrega da nova moradia”, esclarece Graziane Amorim, coordenadora do Social da Conder.   

Entre o conjunto de ações realizadas pela equipe do Social está também o acompanhamento das famílias na etapa pós ocupação. “Buscamos a sustentabilidade do empreendimento para que as famílias estabeleçam relações harmônicas entre elas, com o meio ambiente, com o próprio patrimônio para que o direito à habitação seja realizado na sua forma mais plena”, explica Amorim. 

Fonte: Ascom/ Conder