CIATox-BA é referência no país em atendimentos de exposição humana a agentes tóxicos
Foto: Joá Souza/GOVBA

Em 2022, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA) completa 42 anos como referência na orientação, diagnóstico e assistência de pacientes intoxicados, além de realizar análises toxicológicas de urgência, identificação de animais peçonhentos e plantas venenosas. Nesse período, a unidade, vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), já realizou mais de 200 mil atendimentos de exposição humana a agentes tóxicos, além de atuar na capacitação de estudantes e profissionais da área da saúde de diversas regiões da Bahia.

“Nós monitoramos todos os eventos tóxicos no estado através de serviços como o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), inclusive acidentes por animais peçonhentos, que constitui cerca de 30% de todos os nossos atendimentos. Atuamos na identificação desses animais e de plantas venenosas, além de realizar capacitações. Já treinamos mais de 5 mil emergencistas e 15 mil agentes comunitários de saúde, além de estudantes de diversas faculdades do estado, dos cursos de medicina, veterinária, farmácia, biologia e psicologia “, explicou Jucelino Nery, coordenador do CIATox-BA.

mostra de serpentes no Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia – Ciatox-BA. O Centro é referência em atendimentos de exposição humana a agentes tóxicos (Joá Souza/ GOVBA).

Contando com uma equipe multiprofissional, com biólogos, enfermeiros, farmacêuticos, médicos, médicos veterinários, psicólogos e terapeutas ocupacionais, o CIATox-BA é o único serviço do gênero no estado. Por estar localizado em um hospital geral, o Roberto Santos, em Salvador, a equipe do serviço mantém sua expertise, propiciando um atendimento especializado e embasado no conhecimento prático, sendo um centro de referência para o país, considerado modelo pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS) para os países em desenvolvimento.

Atendimento

Em março deste ano, a bióloga e professora da UFBA Tânia Brazil foi picada por uma cobra durante um procedimento de pesquisa com o animal. Precisando de atendimento de emergência, imediatamente a equipe do laboratório acionou o CIATox-BA (já informando a espécie de cobra que a tinha acidentado) e a encaminhou rapidamente ao Hospital Geral Roberto Santos, onde o médico do CIATox já a esperava com o soro antiveneno pronto para ser aplicado. A velocidade no diagnóstico e no atendimento foi fundamental para que a pesquisadora se recuperasse sem maiores consequências.

Foto: Joá Souza/GOVBA

Segundo Tânia, o centro possui um dos melhores atendimentos em termos de emergência toxicológica. “Foi um dos primeiros do Brasil e tem uma importância muito grande em casos de acidentes por animais peçonhentos, como o meu. Fui mordida por uma Micrurus lemniscatus, conhecida popularmente e nos livros como “coral verdadeira”, que é uma espécie de cobra com um veneno de ação muito rápida e que pode causar sintomas graves de envenenamento. A velocidade com que fui atendida foi uma das razões determinantes para a minha recuperação”, destacou a pesquisadora.

Orientação e assistência

O CIATox é um órgão sem demanda espontânea, isto é, não recebe público para ser atendido, somente casos toxicológicos de outras instituições para serem analisados. No centro funciona o Disque-Urgência Toxicológica, onde uma equipe de médicos plantonistas atende 24 horas por dia, através do telefone 0800 284 4343, orientando e dando assistência de como agir em casos de qualquer tipo de intoxicação. A unidade atende anualmente cerca de 9 mil ocorrências tóxicas e registra uma média de 27 mil notificações de acidentes por animais peçonhentos, ocorridos em todos os municípios baianos.

Foto: Joá Souza/GOVBA

“As pessoas ligam para esse número e nós normalmente orientamos que elas procurem o local mais próximo de atendimento médico porque lá a paciente vai receber os primeiros atendimentos necessários. A partir daí, a unidade entra em contato com o CIATox-BA e nós conversamos com o profissional responsável pelo atendimento e orientamos sobre a melhor maneira de dar continuidade ao tratamento. Caso haja necessidade, nos casos de intoxicação por animais ou plantas, identificamos a espécie e enviamos o soro antiofídico adequado”, afirmou Osvaldo Santana, um dos médicos que atendem no Disque-Urgência do Centro.

Repórter: Tácio Santos