O último relatório da Unaids aponta que, aproximadamente, 38,4 milhões de pessoas no mundo viviam com HIV em 2021. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que o número de novos casos de HIV na América Latina tenha aumentado 21% desde 2010, com aproximadamente 120 mil novas pessoas infectadas em 2019. A epidemia de HIV na Região das Américas afeta desproporcionalmente alguns grupos populacionais, incluindo gays e homens que fazem sexo com homens (HSH), mulheres trans e trabalhadores (as) do sexo.

Na Bahia, em 2021, foram notificados 2.424 casos de HIV e 1.047 casos de Aids em adultos, que representam taxas de detecção equivalentes a 16,2 e 7,0 por 100 mil habitantes, respectivamente. Ao analisar os casos em menores de cinco anos, foram registradas oito (8) crianças com Aids. O total de gestantes diagnosticadas com HIV foi de 442 casos, o que representa uma taxa de detecção igual a 2,4 casos por 1.000 nascidos vivos. Em relação ao número de óbitos, no período de 2021 foram notificadas 685 mortes por Aids, o que representa uma taxa de mortalidade equivalente a 4,6 por 100 mil habitantes.

Para assinalar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, amanhã, dia 1º de dezembro, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Programa Estadual de Combate a Aids, realiza palestras, no auditório do Cedap. Às 9h30, Eleuzina Falcão será facilitadora de apresentação sobre o tema “Perfil Epidemiológico da Epidemia do HIV no Estado da Bahia”. Em seguida, a médica infectologista Eduarda Jardim será facilitadora do tema “Importância da Equipe Multiprofissional no Atendimento ao Paciente com HIV”.

Dados Preliminares

Os dados relativos a 2022 ainda são preliminares, mas apresentam um quantitativo expressivo em relação ao número de casos. Ao analisar os casos da doença em 2022, no estado da Bahia, os principais achados epidemiológicos foram: 1.818 casos notificados de HIV, 793 casos notificados de Aids e 493 óbitos por Aids. Vale ressaltar que o comportamento desta doença tem distribuição bastante heterogênea quando a análise é feita a partir da comparação por raça/cor, faixa etária, sexo e escolaridade.

Avanços

De acordo com a coordenadora do Programa Vigilância e Controle de Agravos, Eleuzina Falcão, a Vigilância Epidemiológica da Sesab obteve avanços nas estratégias de prevenção, promoção e controle ao HIV, incluindo, entre outras, as seguintes ações: instituição e implementação de ações monitoramento dos sistemas de informação; articulação com os serviços para intensificação das ações de prevenção; divulgação de boletins epidemiológicos; organização da logística de distribuição de 2.850.485 testes rápidos, sendo 846.460 de HIV, 806.450 de sífilis, 592.975 de hepatite B e 604.600 de hepatite C; 22.369.184 preservativos masculinos, 657.206 preservativos femininos e compra de 1.855.500 unidades de gel lubrificante; determinação do fluxograma para realização de carga viral; fortalecido a Rede Estadual de Genotipagem do HIV; qualificação de profissionais no manejo de sífilis, HIV, hepatites virais e transmissão vertical, e qualificação dos serviços prioritários com recursos de Projetos Opas.

“Vale ressaltar que a luta contra a Aids só alcançará bons resultados com o fortalecimento de ações intra e intersetoriais, com destaque para a participação social e enfrentamento às desigualdades de gênero, racismo estrutural, estigma e discriminação”, pontuou Eleuzina. Ainda segundo a coordenadora de Agravos, a principal forma de transmissão do HIV ocorre através das relações sexuais desprotegidas, mas, também, pode acontecer por transmissão vertical (durante a gravidez, parto ou amamentação), transfusão sanguínea ou por materiais perfurocortantes contaminados.

Para o diagnóstico do HIV, é necessária a realização de testes laboratoriais ou testes rápidos. Importante ressaltar que ainda não existe cura para o HIV, contudo, os tratamentos com antirretrovirais são disponibilizados pelo SUS e possuem alta eficácia, permitindo melhor qualidade de vida e aumento da longevidade às pessoas que vivem com o HIV.

“A primeira descrição da Aids ocorreu nos Estados Unidos em 1981 e, ao longo desses 40 anos, mesmo com avanços tecnológicos e o fomento a adoção de medidas estratégicas, esta doença permanece como importante problema de saúde pública devido a sua magnitude e impacto socioeconômico”, concluiu Eleuzina.

Fonte: Ascom Sesab