Foto: Divulgação/Saeb

No último dia 16 de março, a contabilista Alexandra Gomes recebeu do Centro de Cultura da Câmara de Vereadores de Salvador o diploma de mérito Março Mulher 2023, por sua dedicação no exercício da função e direito da igualdade. Com mais de 10 anos de atuação em projetos e ações sociais, Alexandra é uma das milhares de mulheres baianas que vêm demonstrando seu protagonismo nas iniciativas beneficiadas pelo  Bahia Estado Voluntariado (http://www.estadovoluntario.ba.gov.br/), a plataforma digital do governo baiano que desde 2019 intermedia a relação entre os cidadãos que desejam atuar como voluntários e  as organizações em busca de ajuda. 

Atualmente, dos 12.965 voluntários cadastrados na plataforma, 7.939 são mulheres, o que representa cerca de 61,2% do total. Com perfis dos mais diversos e idades que podem variar de 18 a mais de 70 anos, estas figuras femininas parecem ter em comum uma disposição incansável para cuidar daqueles que mais precisam. 

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Múltiplos papéis

A rotina de Alexandra Gomes é um exemplo disso. Todo domingo, ela planeja na agenda rigorosamente cada uma das tarefas que precisa realizar na semana para conciliar seus múltiplos papéis como mãe de uma menina de 12 anos, consultora na área de contabilidade e liderança voluntária em projetos como o Conectar e Redescobrir, no bairro do Cabula, que atende crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista e outras condições que demandam educação especial.      

“Cumprir esta agenda é desafiador, mas é uma recompensa que não tem preço quando a gente vê, por exemplo, uma criança de 10 anos que nunca tinha falado, aprender as primeiras palavras no projeto”, revela Alexandra, que já beneficiou 220 famílias com a iniciativa. Além das crianças, os pais e mães que vivenciam stress emocional contam no espaço com a escuta especializada de 15 profissionais de Psicologia. Não por acaso, um time formado só por mulheres, todas selecionadas a partir do projeto Bahia Estado Voluntário. 

A trajetória de Alexandra com voluntária começou há mais de 10 anos, a princípio nos bastidores, auxiliando várias ONGs a organizar documentação e resolver problemas burocráticos. A experiência da pandemia, no entanto, levou a contadora a buscar um envolvimento mais direto com o trabalho social. “Tive Covid-19 num momento em que ainda não havia vacina, então pensei: se eu sobrevivi, é porque tenho algo a fazer neste mundo, a contribuir”, relembra. Foi assim que surgiu a ideia de um projeto de capacitação em corte e costura no Cabula – que beneficiou 220 mulheres. Foi a partir deste projeto – e da demanda de algumas mães de autistas por um espaço para acolher os seus filhos durante as aulas – que Alexandra acabou criando o Conectar e Redescobrir. “Quando a gente tem amor por cuidar de pessoas, tudo que a gente quer é fazer pelo outro cada vez mais”, reflete Alexandra. 

Espaço inclusivo

O mesmo entusiasmo pelo voluntariado pode ser notado no depoimento da irmã Maria Lúcia Torres, responsável por outro projeto cadastrado na plataforma Bahia Estado Voluntário, o Lar Fonte da Fraternidade, única residência de alta complexidade de Salvador destinada a jovens e adultos com deficiência física e intelectual. É neste espaço inclusivo, localizado no bairro da Capelinha de São Caetano, que irmã Maria Lúcia mora, dedicando todo o seu dia a cuidar de 20 órfãos com idades de 18 a 59 anos, atendidos também por uma equipe interdisciplinar, com psicólogos, pedagogos, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, entre outros profissionais. 

O Lar foi criado por irmã Lucia há 20 anos, e muito de seus integrantes cresceram no local. “Nós somos como uma família, e eu me sinto mãe porque mãe não é só quem gera, mas quem contribui para dar humanidade e dignidade a alguém”, conta a religiosa. Antes da atual experiência, ela já havia atuado por 10 anos nas Obras Sociais Irmã Dulce. O instituto secular Nossa Senhora da Oferenda, ao qual se dedica, tem como carisma a evangilização de pessoas com deficiência e é a essa tarefa que irmã Lúcia decidiu dedicar toda a sua vida. “Eu acho que vocação é um chamado de Deus; e eu me sinto uma mulher realizada com a escolha que fiz para a minha vida, fazendo o que eu faço, me sinto a mulher mais feliz do mundo”. 

Fonte: Ascom/Saeb